Ó Paisagem nua, Dor! - Monólogos Franjhunio: março 2008

quinta-feira, 27 de março de 2008

"MEU DEUS! onde esse mundo vai parar?!"


Nunca achei que isso ia acontecer comigo, mas acho que estou ficando velho. Não leitores, não dei uma broxada, estou falando de algo mais profundo. Até pouco tempo achava que iria ter uma velhice inteligente e saudável, que nunca ficaria desatualizado com as coisas. Ficar igual aos meus pais, que mal sabem operar um controle remoto era fora de questão. Sou um filho da era da informação, desde novo me habituei a operar as mais diversas interfaces. Desatualização? Nunca!
Pura ilusão. Estou começando a perceber que a variedade das coisas estão me incomodando, como incomodam um velho. Eu não tenho mais paciência para ficar decorando raças de cachorro. Na minha época só existiam pastor alemão, doberman, vira-lata e piquinês. Agora foram inventar uma porrada de raças mutantes, me obrigando a ignorá-las com muita rabugice e chamá-los todos indiscriminadamente de "cachorro".

Com música é a mesma coisa. Meus ouvidos anciãos não conseguem mais identificar a diferença entre drum'n'bass, house, tecno, trance, jungle... Para mim é tudo a mesma merda, música de viado. Junto tudo em um só pacote: "música de viado". Como meu avô dizia "Música do demônio".

Tinha a seguinte convicção: não importa qual será a minha idade, pelas coisas que vejo hoje em dia, acho difícil o comportamento dos jovens do futuro me chocar como minha avó se choca ao ver uma garota de 13 anos ficando grávida. Porra, eu já vi fotos e vídeos de gente comendo merda, fazendo sexo com defunto, molestando crianças de 5 anos... Nenhuma me chocou. O que será que meus netos vão arrumar para que eu fique indignado e esbraveje em pleno jantar: "MEU DEUS! o¬nde esse mundo vai parar?!".

Quando penso nisso fico com medo, pois estou percebendo com esses detalhes bobos como "cães" e "música" que minha convicção é furada e que os meus descendentes certamente vão encontrar alguma forma de me chocar. A natureza é assim, não tem jeito.

É uma agonia profunda. Estou aqui tentando pensar em algo que possa me escandalizar, para ter alguma pista do que esses filhos da puta vão inventar. Comer carne humana viva? Não. Criar uma raça de "cachomem" (DNA de homem misturado com cachorro)? Não. As máquinas dominarem o mundo e aprisionarem os humanos em casulos apenas para garantir a geração de energia? Não!

Porra! Nada me choca! Já vi essas merdas todas no cinema ou já pensei em escrever algum boato a respeito!

Não podemos fazer a menor idéia do que esses putos vão inventar para que fiquemos abismados, desatualizados e rabugentos, nos transformando em defensores reacionários das tradições "puras e inocentes" da "nossa época" (início do século XXI). Só de pensar nas bizarrices de hoje, já fico com medo do futuro.
Por favor, façam um holocausto nuclear antes que isso aconteça. Pelo menos eu não vou me ouvir pronunciando a frase: "MEU DEUS! onde esse mundo vai parar?!".

quarta-feira, 26 de março de 2008

Vantagens de se ser feio


Conheça as 10 vantagens de ser um homem feio:

Não somos enganados
Jamais uma viúva negra poderá nos dar o golpe. Nós feios temos um radar. Se alguma menina linda quiser ficar com um de nós e, em seguida, desejar ir para nossa casa, isso significa que algo está errado.

Ninguém nos acusa
Nenhuma pessoa irá nos acusar de assédio sexual no trabalho. Isso é certo devido a lógica das circunstâncias.

Ninguém duvida de nossas capacidades
As mulheres lindas são acusadas de saírem com os chefes para conseguirem escalar posições. Mas, se um feio "subir" na carreira, ninguém irá duvidar de sua capacidade para tal posto.

Livre de extorsão
Muitos homens acabam pobres depois de se envolverem em um relacionamento. Impossível que a mesma situação ocorra com um feio. Ninguém vai querer se "arriscar" tanto.

Somos incomparáveis
Não precisamos vencer o fantasma do corpo perfeito, pois ninguém irá se comparar conosco.

Amor honesto
Depois de superar a primeira impressão, as brincadeiras e tudo mais, se alguém ficar apaixonado por um feio, pode ter certeza que este é o amor mais honesto de todos.

Não esperamos na porta
Não precisamos esperar para entrar em um boliche, por exemplo. Nenhum segurança quer nos ter como companhia, eles logo nos mandam entrar.

Somos atendidos rapidamente
Não sofremos com a burocracia estatal ou privada. Tal como vemos no item anterior, as pessoas nos atendem muito rápido.

Podemos economizar
Se pararmos de brigar frente ao espelho e atirarmos a balança pela janela, terminamos com a angustia e economizamos uma grana.

Salvamos o planeta
Os feios merecem o Prêmio Nobel da Paz. Dizem que aos 11 anos desapareci de casa e fui abduzido. Os extraterrestres me analisaram e disseram: "Se os humanos são assim, melhor pararmos de nos contagiar. Não convém invadir o planeta Terra". Nós salvamos a humanidade.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Tá na hora de você deixar de ser Babaca... Você mesmo Pô?!!!!


É difícil alguém lhe dizer verdades cruéis. Há coisas ruins sobre você que nem seu melhor amigo, nem um inimigo lhe contam por razões distintas. O amigo quer poupá-lo de uma situação constrangedora, enquanto o inimigo prefere que você continue sendo ridicularizado. É muito raro alguém chegar para você e lhe dar um toque sincero. Coisa do tipo "Cara, me desculpa, mas você tem mau hálito". Ou "Rapaz, você precisa cuidar da sua caspa". Ou então "Meu irmão, você tem um cecê horrível". Ou ainda "Sabia que você fica ridícula com essa roupa?". Ou "Querida, você dança mal à beça e todo mundo repara". São coisas pessoais demais e que necessitam de um certo convívio para serem notadas por alguém. Mas há coisas ruins sobre você que ninguém precisa conhecê-lo muito para diagnosticar. Você pode descobrir agora mesmo, por exemplo, se você é um babaca. Basta ver se você usa algumas frases e brincadeirinhas mais do que batidas em algumas situações recorrentes de nosso cotidiano. É fácil.

Faça o teste:
- Alguém deixa cair alguma coisa no chão e causou um enorme ruído. Se você é o primeiro a gritar "caiu um lenço", você é um babaca. É, sim. Vai por mim. Ninguém acha mais graça disso. Ninguém vai pensar "Caiu um lenço? Mas lenço não faz barulho ao atingir o solo! Peraí! Isso é uma ironia! Que engraçado. Esse cara tem um grande senso de humor e uma incrível capacidade de improviso". É triste, mas ninguém mesmo pensa isso quando você grita "caiu um lenço". E quem ri, só o faz para não deixá-lo sem graça.

- 25 de março de 2008. Alguém lhe pergunta "Hoje é 25?" e você responde "Não. Hoje são 25". Amigo, muita gente sabe que na norma culta do português o correto é dizer "Hoje são 25" ou "Hoje é dia 25". Mas essas mesmas pessoas quando falam "Hoje é 25" consideram que a palavra "dia" está implícita na frase. Quando você tenta corrigir alguém, não está mostrando sua cultura, apenas revela que você é babaca.

- Almoço em grupo. Mesa retangular. Um de seus colegas, o João, se senta numa das pontas da mesa. A primeira coisa que você diz é "Ó João vai pagar a conta!". Você é babaca. Deve ser difícil para você acreditar, mas ninguém pensa "Esse cara é demais! De o¬nde ele tirou essa? Será que o João vai achar mesmo que vai ter que pagar a conta? Será que o João vai querer mudar de lugar para não pagar a conta? Há, há, há! Só quero ver". Pois é, parceiro. Ninguém acha isso. Talvez tenha funcionado na primeira vez que alguém falou. Mas já está na hora de deixar essa brincadeira para o passado e deixar de ser babaca.

- Início da madrugada. 1h16 A.M. Alguém lhe diz. "Cara, amanhã vou acordar às 7h". Você se apressa em dizer "Amanhã não. Hoje!" Meu caro, seu amigo não vai pensar "Caramba! Como esse cara tem um raciocínio rápido. Seu cérebro já processou várias informações colhidas e chegou à conclusão de que na verdade eu estou me referindo a um dia que já chegou, pois é mais de meia-noite! Ainda bem que ele me corrigiu, senão eu ia acordar às 7h do dia errado!". Nada disso. Seu amigo vai mesmo é pensar "Gosto dele, mas é um babaca às vezes".

- Seu colega chegou mais tarde no trabalho e resolveu almoçar em casa ou num lugar que serve uma refeição melhor do que a porcaria da quentinha do seu emprego. Quando ele chega ao local de trabalho, você o convida para almoçar e ele lhe esclarece que já almoçou. É quando você, ágil como um sapo apanhando uma mosca varejeira, solta a frase "então você já veio comido?". Babaca, babaca, babaca. Esta frase não é tão desgastada como as outras, mas seu uso indiscriminado já a tornou banal e sem eficácia nenhuma. Seu colega não vai pensar "E agora? O que respondo? Será que se eu disser sim ele vai achar que fui possuído por outro ser do sexo masculino? E se eu disser que não, terei que almoçar de novo? Ah, ele deve só estar brincando. É um brincalhão". Ilusão, pura ilusão. Ele vai até dar um risinho amarelo, para não constrangê-lo, mas vai mesmo é achar que você é um babaca.

Outros indícios de que você está começando a se tornar um babaca:
- Quando as pessoas estão cantando parabéns, você tenta embolar a cantoria, gritando os versos do início da música, enquanto todos já estão no meio da canção.
- Você faz uma observação sobre uma possível futura emissão de gases para alguém que está comendo repolho e ovos.
- Você tenta sacanear todo mundo no dia 1º de abril.
- Você fica rindo quando um homem diz que tem 24 anos, aludindo ao número do veado no jogo do bicho.
- Você faz alguma piada quando alguém diz que é do signo de virgem.
- Uma mulher diz que está "de saco cheio" e você diz que isso não é possível porque ela não tem saco.

Esses são sintomas mais brandos. Mas fique atento. A qualquer hora você pode se transformar num babaquinha.

sábado, 22 de março de 2008

Priapus Scrotus


Cada vez mais me convenço que nasci na época errada. As maravilhas desse milênio parecem confortáveis, mas para cada uma coisa legal existem 5 problemas proporcionalmente, para te encher o saco. Já provaram que na medida que o homem avança na escala evolutiva, a sua capacidade de utilizar o cérebro aumenta, mas ninguém se preocupa em estudar a que proporção o nosso saco infla ao longo dos séculos. As evidências são óbvias, nem precisa ir muito longe. Olhem aquelas esculturas da renascença, como o presente exemplo exposta neste blog, os caras são todos uns trogloditas, o saco no entanto é do tamanho do de uma criança de 5 anos. Garanto que isso tem a vê com o fato deles não terem que se preocupar com as merdas que nos preocupamos. Imaginem, se esses caras vivessem na nossa época. Eles estariam fudidos, tudo bem que eram fortinhos com beleza clássica e tal, mas com um pau daquele tamanho... não há saco que não fique cheio de preocupações.

Com um retrospecto superficial da história já podemos identificar os momentos de "evolução" que condenaram as gerações seguintes a preocupações desnecessárias. Começando bem pelo começo mesmo, éramos organismos simples, de reprodução assexuada, foi só rolar uma mutação e virarmos seres sexuados para nos enchermos de paranóias. A simples frase: "Ai caralho, quem eu vou arrumar para comer essa semana?", já foi responsável pelo próprio surgimento do saco, até aí tudo bem, ainda era pequeno... Evolução vai, evolução vem... pronto, esses macacos resolvem andar eretos (não o pau, a coluna). Olha eu já tendo que me preocupar em me barbear e sentar direito nessa cadeira. Mais para frente aparece um cara dizendo que sou pecador, mas tudo bem, ele vai morrer para redimir meus pecados. E o saco infla mais ainda, todo domingo tenho que acordar cedo para agradecer ao infeliz e tal...

Nossa espécie foi começando a ficar metida a besta. Surgiu um tipo de ser humano dedicado a ficar se preocupando em inventar coisas novas (talvez aí se identifique a origem do viado, pois ao invés de ficar se preocupando o¬nde arrumar uma mulher, os caras ocupavam o espaço ocioso da sua bolsa escrotal com outros problemas, tipo descobrir porque a maçã caiu da árvore). Dava para eu ter minha vidinha tranqüila, arando a terra e comendo javali, mas aí um babaca inventou a imprensa, toneladas de livros e jornais para eu ficar lendo. O tempo passa, o tempo voa... uma cambada de burgueses sem ter o que fazer inventam uma porra chamada democracia de massa. Lá vou eu, uma vez a cada dois anos montando no meu jegue (lá ele) para ir votar. A coisa piorou ainda mais com o surgimento do político profissional, que combinado com a imprensa deu origem aos "santinhos de político". Com isso saco do ser humano já começou a ser considerado obeso segundo as normas da OMS, mas bastou a televisão combinar-se com o político para inventarem o horário eleitoral, aí nossos sacos atingiram o estado de obesidade mórbida.

Com certeza a maior taxa de crescimento do saco ocorreu no século XX, nesses últimos 100 anos a humanidade resolveu inventar mais facilidades do que em toda sua história. Tudo bem, concordo que a máquina de lavar louça, o microondas, o ferro de passar e o chuveiro elétrico, bem como o ar condicionado (moro em SSA, e é um calor da gota serena) aliviaram em muito o seu stress, mas agora você tem que ficar se preocupando em economizar energia, no saldo final o seu saco aumentou ao invés de diminuir. Televisão, que beleza, o mundo e todas as maravilhas do entretenimento ao alcance de seus olhos, uma boa oportunidade para relaxar. Quem disse? De uma hora para outra malas como Gugu, Faustão, Otávio Mesquita, Galvão Bueno, Pedro Bial e outros sacanas ganham livre acesso à sua sala de estar.

Nessa altura do campeonato nossos sacos já latejam sem parar, 24 horas por dia, mas aí o maior filho da puta da história da humanidade resolveu inventar o computador e a Internet. Não prestou. O computador, para cada problema resolvido, te expõe a dois outros problemas novinhos em folha, uma verdadeira mangueira de ar em sua bolsa escrotal. Sobrevivemos a esta primeira fase e resolvemos nos conectar. Descobrimos então os prazeres dos emails infectados por vírus, a conexão lenta mesmo sendo banda larga, e as correntes enviadas por emails de colegas igualmente desinteressantes.
Já estamos chegando no limite, se a coisa continuar nesse ritmo, em breve seremos uma cabeça inerte pousada sobre um saco gigante, inflamado e pentelhudo, o que me faz pensar se os nossos pênis não são na verdade irmãs siamesas que conviveram com a gente no útero de nossas mães, que diante de tanto stress acabaram regredindo e tornando-se apenas um órgão de nosso corpo... mas isso é assunto para outra edição.

Obs.: Priapus na tradição grega, é o deus que representa o pau. Logo, como se vê, nem os viadinhos gregos ligavam para o saco (lá eles).

quarta-feira, 19 de março de 2008

Simplesmente Mulher...


Desde que inventaram a pólvora, o homem tem a arma de fogo como sua principal demonstração de poder. O tempo passou e as armas de fogo se transformaram em mísseis atômicos que devastariam o planeta dezenas de vezes. Porém a era da supremacia do homem masculino está acabando, pois descobriram uma arma milenar muito mais poderosa, que tem um poder destrutivo muito maior que a de todas as bombas soviéticas enferrujadas: O sexo feminino. Por causa dela muitas batalhas foram travadas, reis perderam o trono e muitas vezes também perderam a cabeça!

Sem querer ser machista, mas isso é uma injustiça, visto que nós homens não possuímos tal artefato. Somos dominados sem perceber. Aprendemos a gostar antes mesmo de provar. Sonhamos com ela antes mesmo de vê-las. É a cultura ocidental. Desde que nascemos somos programados para viver em função do sexo e a mulher, de ocultar a arma até ela ter certeza de como usá-la. Deve ser por isso que os homens atiram pra todos os lados... desde cedo já saem usando a pistolinha por aí sem saber as conseqüências que isso pode acarretar.

Quem de nós nunca passou por pelo menos uma semana de desespero quando a sua namorada liga pro seu telefone vermelho: "Meu amor...a gente precisa ter uma conversa..." Você à essa altura já tá tremendo na base - "Que que foi meu bem? Algum problema??" - É claro que tem algum problema! Senão ela não faria drama e você (que sabe muito bem o que andou fazendo) não estaria à beira de um ataque de nervos. - "Não, eu não quero falar pelo telefone, a gente precisa se encontrar." - Puta merda, essa é fulminante pra quem tem problemas cardíacos (sortudo!), mas pra quem não tem, isso rende pelo menos algumas horas de pânico, náuseas, dor de cabeça e vontade de cagar mole. Bom, chegando ao encontro você até faz o tipo desentendido, pois pra todos os efeitos você está 100% confiante de que quem fez merda não foi você. - "Meu amor...minha menstruação está atrasada uma semana..." Esse é o segundo fulminante, pra matar de vez quem não morreu da primeira. Mas se ainda assim você sobreviveu, você continua... - "Você tem certeza? Fez as contas certas?" - E começa a indagar sobre a responsabilidade da menina. - "Mas é claro que eu tenho certeza, você não confia em mim?" - Aí já começa a novela mexicana e o chororô, as juras de amor eterno e tudo mais por causa duma foda mal-dada (porque geralmente isso só acontece depois de foda mal-dada). Até esse ponto, tudo o que eu disse é normal...o que acontece depois disso meu amigo...é com você. Sua vida está nas mãos dela... como eu disse, te matar ou te fazer um homem feliz, só depende dela. Então amigo, uma sugestão...nunca desafie uma mulher e nunca subestime o seus “segredos”.
Assim falou Zaratustra...

Dedicado a você manê que só tem 17 anos e namoradinha 14 descobriu que está grávida.... ahhhhhhh, isso vale também para você que tem 28, estar desempregado, e ela 27, sem ocupação.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Gay também é gente


Eu queria que meus leitores gays respondessem com a maior sinceridade: o que vocês ainda querem com tantas organizações e entidades que não param de pipocar por aí? Será que vocês estão tão chapados com “Absolut” que ainda não perceberam que conseguiram? Os gays já estão aí, ativos (e passivos) em todas as quebradas.
O tal preconceito já está muito atenuado, a prova disso é que em pelo menos as últimas 3 novelas das oito contavam com personagens gays (e ocupando papéis de melhor destaque do que os dos atores negros, sempre estigmatizados sendo motoristas e empregadas domésticas).


Gays têm excelentes condições de acesso a universidades (é só fazer um passeio nas Escolas de Comunicação, Pedagogia e Arquitetura para comprovar isso). Conseguem se destacar com maestria em várias áreas de trabalho, assumindo inclusive postos de chefia. Entre um cabeleireiro hetero ou um gay, qual você acha que fará o melhor trabalho? Ou um estilista, um publicitário, um designer... Os caras são superiores em várias atividades, e são reconhecidos por isso. Já tem até ministro gay... E ainda reclamam quando um hetero quer tirar onda porque consegue matar uma barata sem ligar pro 190.

Ao contrário das mulheres, que ganham menos que os homens para exercer a mesma função, os homossexuais não ganham menos do que heteros. Eles até são mais estáveis nos postos de trabalho e sobem de cargo com mais facilidade, graças a suas habilidades sociais e sensibilidade mais apuradas. É o requinte e eficiência da mente feminina em um corpo de homem, que não engravida ou fica com TPM.
Casais gays possuem uma renda maior do que casais heteros, e por isso são o xodó do mercado. Ganham mais, gastam mais, se divertem mais...

E a tal segregação cultural que tanto reclamam? A cultura gay se confunde com a “cultura hetero”. Aliás, é idiotice fazer essa diferenciação visto que grande parte dos músicos, artistas plásticos, atores, escritores e cineastas de sucesso são gays.

Vocês até levam uma vida melhor que a de um hetero comum, visto que possuem uma atividade sexual bem acima da nossa média. Ser gay hoje em dia é tão “cool” que se não tivesse que levar pirocada no rabo, eu até consideraria esta hipótese.
O que vocês querem mais? Casamento? Ter filhos? Porra, estão malucos?!?! Um homem perde a sua liberdade no momento em que casa ou que seu filho nasce! Mas mesmo assim vocês já vão poder fazer isso... Se querem abdicar de sua liberdade, tudo bem. Vocês vão ter uma velhice tão quadrada quanto a nossa, assistindo Domingão do Faustão e reclamando da conta de luz.

Amigos, vocês já estão integrados a sociedade! Esqueçam essa paranóia! Essa luta toda só beneficia os cabeças de um movimento organizado que buscam poder usando vocês como massa de manobra.

A maior parte do “preconceito” que resta nada mais é que o impulso jocoso natural do ser humano... Tudo que é “diferente” vira piada, em qualquer cultura, desde o português até o judeu, passando pelo gordo e pela loira. Ou vocês querem ser unânimes? A única casta que agrada todos? Vocês são mais instruídos, por favor... Confundir sacanagem com discriminação é muita burrice, para não dizer “frescura” ou “viadagem”.

terça-feira, 11 de março de 2008

Os Bons Velhinhos


Qualquer ano desses que vêm por aí, estarei sendo ridicularizado em uma instituição bancária por não saber operar direito os terminais com senha neural ou não lembrar da minha seqüência de DNA para acessar minha poupança. Meus netos vão rir por eu não entender como funciona o telefone sem voz, o videogame de íris, o DVD holográfico e tudo mais que vão inventar nas próximas décadas. Um dia vou chegar nessa fase em que muitas coisas não entram mais na minha cabeça, em que não consigo mais subir escadas de dois em dois degraus nem sentir aquela pulsante emoção ao ver uma mulher nua. Por isso me sinto no direito de criticar uma população geralmente protegida pela ética e por cada vez mais leis e decretos (refiro-me especialmente à Lei n. 10.741, de 2003 – Estatuto do Idoso). Sim, me refiro aos bons velhinhos. Calma, quero ficar velho, sim. Mas quando chegar lá não quero ser injusto como são os velhinhos de hoje, que usufruem e às vezes até abusam de uns privilégios com os quais não concordo.

Um deles ocorre no ônibus. Reservaram para eles umas cadeiras com cores diferentes. A idéia é que, se você estiver sentado naquelas cadeiras e aparecer alguém com mais de 65 anos, você deve se levantar para que o velhinho se sente ali. Até aí tudo bem. Mas há um acordo silencioso entre os velhinhos. Uma tática velhaca. Quando um ancião entra num bus meio vazio, em vez de ele ir lá para a cadeira de cor diferente, ele pega o lugar comum. E a cada ponto vai entrando um velhinho que ocupa mais lugares comuns. Desse modo, eles tomam conta de grande parte das cadeiras gerais e ainda reservam para o resto da gangue as cadeiras específicas. Quando chega um cara qualquer, cansado do trabalho, querendo ler um livro em paz ou fazer anotações em sua agenda, ele só tem as cadeiras para velhinhos. Ele se senta ali mesmo, mas em breve vai entrar um setuagenário que vai impeli-lo a se levantar. O justo é que os velhinhos fossem logo para suas cadeirinhas de cor diferente, enquanto as pessoas que passaram o dia ralando na escola ou no trabalho ocupassem as cadeiras comuns. Se mais um velhinho chegasse no vagão lotado, ele se dirigiria para as cadeiras específicas e esperaria que outro companheiro de rugas se levantasse. Ou mesmo que alguém nas cadeiras comuns lhe oferecesse sua vaga. Mas definitivamente, nobreza não é algo que se adquire com a idade.

Outra injustiça se dá nos bancos. Hora de almoço, filas quilométricas. Enquanto você sacrifica seus poucos minutos de refeição para pagar uma conta ou fazer um depósito, velhinhos se dirigem para uma fila que anda cinco vezes mais rápido que a sua. Você está cheio de compromissos, prazos e problemas para resolver e está ali gastando seus preciosos minutos esperando sua vez chegar. E ao lado está aquela velhinha que não tem nada para fazer o dia todo _ além de alimentar os pombos que sujam a cidade _ sendo atendida em menos de 10 minutos. O serviço bancário se torna ainda mais lento, pois um caixa que poderia estar agilizando o atendimento das gigantescas filas é destacada para apenas para passar o dias ensinando anciões a digitar senhas ou informa-los que precisam levar o cartão para efetuar um saque. Sei que os velhinhos não têm tanta resistência quanto nós para ficar em pé. Mas podiam pensar em outra solução. Dar cadeiras para eles, com Red Bull, por exemplo. Se bobear, até os velhinhos devem ficar tristes de ficar pouco tempo na fila, pois não é uma forma de matar a enorme quantidade de tempo de que dispõem. E o pior é que já soube de algumas firmas que contratam velhinhos aposentados para ganharem uns trocados a mais indo aos bancos executar diversos serviços. Pois eles demoram menos tempo na fila dos que os office-boys. Isso não está certo.

Eles têm ainda uma série de outros benefícios que não chegam a atrapalhar a vida dos outros, como desconto em cinemas e teatros, não-obrigatoriedade para votar e entrada gratuita em ônibus. Se bem que por não pagarem passagem, muitos velhinhos pegam coletivos para viajar por apenas um ou dois pontos, aumentado a freqüência das paradas e, portanto, atrasando as viagens. Mas não vamos ser radicais. Só não entendo o porquê dessas regalias. É uma espécie de compensação por eles já não terem o mesmo vigor? Então o sistema está caduco (sem trocadilhos), pois a realidade dos anciões agora é outra. O Viagra fez com que a vida depois dos 60 e tantos não fosse mais tão miserável. Bordéis e prostitutas autônomas não cobram menos de velhinhos, pois estão cientes da potência desse mercado que vai se erguendo. Então por que ter pena dos vovôs e vovós? Eles são tão espertos quanto vocês. Ou até mais.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Relógio Implacável da Modernidade


A agilidade da informação, o mundo em tempo real, banco na internet, compras on-line e a lasanha Sadia são magníficas invenções para a otimização do precioso tempo do homem moderno, mas na minha concepção, no ponto de vista do vagabundo, esse tempo que a gente ganhou só serviu para aumentar as feridas do meu saco.

Coisas que eu demorava alguns dias para resolver hoje são tão rápidas que eu não tenho nem tempo de reclamar da vida. Por exemplo: no banco existem, além dos caixas humanos, que continuam lerdos e funcionando em poucos guichês como sempre (alias, porque existem tantos guichês no banco se eles nunca estão funcionando todos juntos?), existem várias máquinas que fazem todo o serviço bancário desde saques e depósitos até pagamento de água, luz, etc. (sem falar nas loterias e caixas de supermercado que fazem isso também). Aí você chega no banco, entra numa fila que leva no máximo 10 minutos e faz sua operação rápida e solitária. Não dá nem tempo de criar um vínculo afetivo com a galera da frente e de trás (no bom sentido), reclamando de quanto os caixas fazem um péssimo serviço e como o banco rouba da gente. Antigamente a gente ficava horas no banco, era um sacrifício tão grande que um dia inteiro era dedicado à isso...era quase uma ida ao cinema.

Hoje eu to a toa sentado no computador fazendo alguma coisa sem sentido e importância quando eu penso - "hum...tenho que sacar um dinheiro" (isso é só um exemplo hipotético, porquê eu nunca penso esse tipo de coisa, vocês imaginam o porque, não?) - Aí eu vou alí no loja de conveniências do posto de gasolina e cato uma merreca. Eu olho pro dinheiro e penso - "Hum....o que eu vou fazer com esse dinheiro? Acho que eu vou no Bob's" - Aí eu vou no Bob's, peço um Trio Big e sento alí pra comer. Satisfeito eu penso - "Hum...acho que eu vou dar um pulo no shopping pra ver se tem alguém de bobeira por lá. Chego lá e não acho ninguém. Pego meu celular e ligo pra uns amigos que logo chegam lá pra gente bater um papo - E assim vai. Foda que isso tudo deve ter tirado no máximo 2 horas do meu dia...

Se fossem tempos menos otimizados a história seria mais ou menos assim: Eu estaria assistindo alguma novela velha no "Vale A Pena Ver de Novo" e pensaria: "Hum...vou pegar um dinheiro" - Eu iria no banco e ficava uns 20 minutos (se não fosse início de mês) pra sacar um dinheiro no caixa. Na fila eu iria pensando - "Hum...acho que vou fazer um lanche" - Aí eu iria no supermercado comprar um hambúrguer, batatas, pão e coca-cola (com a grana de um lanche fast-food, dá pra isso e ainda tem troco). - Chego em casa, frito tudo, como pra caralho e penso - "Hum...acho que vou dar um rolé por aí pra ver se encontro alguém" - Aí vou pra uma praça ou pra praia e não acho ninguém, então eu vou atrás de um jornaleiro ou boteco pra comprar fichas pro orelhão. Com as fichas ligo para alguns amigos que em alguns minutos chegam onde eu estou. Nisso pelo menos 5 horas do meu dia se foram só nisso.

"deus" me deu 24 horas pra usar da melhor maneira possível, mas essas modernidades estão me inibindo de gozar a vida cada minuto, porque sobram horas que eu nem sei por onde preencher...

domingo, 9 de março de 2008

A Tua Espera

E lentamente fecho os olhos saudosos
E no encanto noturno, em tua lembrança
[Adormeço
Face exausta, corroída pela saudade
Sonhos teus, e neles vago, de madrugada...
[padeço

Tua voz ecoa na mente e a imagem se embaça,
Tal qual neblina, que arranha-céus, sem dó,
[enlaça.
Qual a doença que fere menos quando desperto
Qual dor imensa que anestesio de modo incerto.

E na incerteza, vou esmagando esta tristeza,
Que faz de mim, inerte corpo sobre a mesa
E na esperança vou carregando tua beleza
Que faz dos prantos, belas luzes de pureza

Nos teus cabelos, sinto a noite já esquecida,
Sem teu calor, já sou poeta em despedida,
Não tenho paz, sou infinito amor sem fim
E aos céus imploro que um dia voltes para mim

Venha com garras, que eu te amo intensamente
Venha sorrindo, minha bela estrela cadente
Venha para sempre nos meus braços se guardar,
venha sem medo,
pois estou a ti esperar!

Franjhunio

quinta-feira, 6 de março de 2008

Só é baranga quem quer!


Não é para todas as espécies da natureza, mas com os seres humanos, é um hábito da fêmea procurar ficar mais bonita para atrair e conquistar os melhores machos do bando.

Depois da cirurgia plástica, lipo aspiração e silicone, a mulher (mesmo que porcamente dotada) que tem como investimento de vida encoleirar um macho endinheirado, másculo ou bonitão, não vê na ausência de dotes físicos um empecilho para esse intento. Com um bom investimento financeiro, qualquer bruxa se transforma em "Feiticeira". Deus, sorte ou genética nada têm a ver com isso, a transformação milagreira se dá através da grana mesmo.

Não há mais a pureza e sinceridade na beleza feminina nesses tempos modernos, já que Lavoisier estava certo, por aqui tudo se transforma.

Até hoje nós, homens comuns estávamos livres da tapeação de levar para casa uma princesa no fenótipo que é uma sapa no genoma, já que com tanto investimento monetário não seríamos nós os "homens visados"; pois somos duros, nerds e ou fracassados. Acontece que para a barangalha com menor poder aquisitivo a indústria dos cosméticos e químicas em geral e toda uma gama de cabeleireiros, estilistas e maquiadores (tudo viado despeitado se vingando da gente) criou uma série de recursos mais econômicos para a mulherada enganar a gente.

O advento da Lycra
Todas as mulheres ficam gostosas com as malditas calças de strech. As mais magras ficam estranhamente dotadas, as mais gordas têm seus excessos domados pelo aperto das calças 2 números menores que as donas. Nos bons tempos da Marta Rocha e os tradicionais concursos de Misses é que se sabia se a mulher era ou não "boa", a fita métrica é quem anunciava o veredicto. Nosso saudoso Stanislaw Ponte Preta administrava com maestria e isenção o ranquim, "As Certinhas do Lalau" (bons tempos que não voltam mais); verdadeiro festival de beldades verdadeiras (perdão pela repetição), não essa beleza forjada.

Há também umas meias calça e shorts modeladores que prometem esconder a barriga e levantar a busanfa.... é tão convincente que você só descobre o engodo já na cama.

Photoshop
Esse recurso é muito econômico e nós, que usamos o computador, conhecemos bem. Mas na hora do vamos ver, com os hormônios sexuais nas veias, a gente não percebe que a uva passa vira uva Itália. Nem as musas clássicas das Playboys da vida são honestas conosco; no final das contas todas vão pros retoques do "São Photoshop". Pra comer uma iguaria cara, mas também retocada, é preferível comer a comida caseira, imperfeita, porém barata.

Superbonita
Toda mulher que tem acesso a TV, e mais especificamente a TV a cabo, tem ao seu lado um importante aliado. Nos programas de beleza profissionais da arte da tapeação masculina e as beldades da televisão ensinam quatrocentos mil truques para enganar os trouxas aqui! Quando eu iria imaginar que passar sombra escura entre os seios dá a impressão que o vale entre eles parece mais fundo, ou seja, que os seios parecem maiores. Que gelo na cara faz a pele parecer fresca como um pêssego. Que vinagre faz brilhar mais os cabelos e hipoglós com óleo mineral é o melhor hidratante que existe?
- essa última dita pela Tônia Carreiro, que já era moça na primeira missa rezada no Brasil, mas que namora um moleque mais novo que o neto e ainda conserva um excelente par de pernas (sem photoshop).

Soutiens Turbinados
Não existe mais um par de peitos sinceros nesse país. Ou a mulher já tem silicone aos litros, ou está usando um desses soutiens modernos com: espumas no bojo, para aumentar o volume; alças que se cruzam nas costas, para estufar mais na frente; regulador frontal ajustável para três níveis, pra peichtuca pular pra fora do decote...

Como o forte da mulher brasileira sempre foi o bumbum, como é que de uma hora pra outra todas ficaram desenvolvidas como vacas leiteiras? Como?

Alisamentos, chapinhas japonesas, shampoos anti-frizz, silicone líquido e tinturas em geral
Agora todas as mulheres podem ter um cabelo de sereia: longo, louro, liso e sedutor; isso porque a indústria dos cosméticos evoluiu tanto que a mulherança pode te enganar por anos; comprometendo o futuro da sua prole, quiçá sua felicidade conjugal. Imagine você, possuidor de uma bela tipologia capilar "aa" (azinho-azinho: um cabelo liso de não prender um grampo, ou louro como um raio da alvorada) casando com uma mulher que imaginou da mesma pureza. Se, de repente, anos mais tarde, o fruto desse amor nasce com a rebeldia em forma de cabelo "AA" (azão-azão) o que é que vai acontecer? Você e seus familiares passarão a desconfiar da honestidade de sua mulher, achando que ela te botou uns galhos na cabeça, quando na verdade a mentira está no fenótipo dela e não no genótipo da cria!

Isso sem contar essas gomas que as meninas passam nos cabelos. Você vai, como um homem das cavernas, catar a sua fêmea com um bom puxão nos cabelos e acaba com a mão toda melecada; um nojo!

Auto-Bronzeador
Agora nem mais a morte com câncer de pele evita que as mulheres pareçam douradas como índias virgens. Sem a camada de ozônio morenice virou algo perigoso; aí inventaram as câmaras ultra-violetas, mas que era um troço caro e recentemente descobriram também perigoso. Aí a indústria cosmética bolou uns cremes que fazem de "finlandesas porcelânicas" umas Iracemas, mas, pasmem, é tudo de mentira.
Pela módica quantia de 10 reais, uma tintura recobre a pele sem danos maiores, e a gente caindo, como patos, no verão eterno. Até a marquinha de biquíni, fetiche de tantos de nós, é forjada, já que não houve um só instante de Sol.

A coisa tá tão preta que vamos ter que valorizar a beleza da feiura (sábio Zeca Baleiro: "a beleza do erro, do engano, da imperfeição"). Mulher de verdade tem pixaim na cabeça, muxiba nos peitos e celulite nas bundas; o resto é mentira... E tenho dito!!!

quarta-feira, 5 de março de 2008

Liberalização a Maconha...


Não tenho nada contra e até respeito à escolha das pessoas que gostam de fazer uso da maconha para fins recreativos. E olha que é difícil falar esse “não tenho nada contra” sem estar reservando um preconceituoso “porém” mais à frente no argumento, mas é isso mesmo. Ficar doidão é maneiro pra caramba, estimula a criatividade e faz crescer. Os egípcios, fenícios, astecas ou qualquer outra civilização pré-Bob Marley já fazia uso de substâncias ilícitas para aditivar a vida, por isso maconha não é nenhum bicho de sete cabeças e ninguém vai parar de fumar porque a TFP diz que é feio.

Mas o que me deixa puto é que os usuários mais “mal resolvidos” ficam querendo justificar algo que não precisa de justificativa. A insegurança de quem não sabe ainda o que quer, ou não tem moral para assumir uma fraqueza humana e acaba inventando um monte de ideologias por trás de um ato que se resume à busca do prazer imediato. Prefiro mil noites ao lado de um maconheiro tocando Raul Seixas num violão desafinado do que meia hora ao lado de um “maconheiro ideológico”, geralmente um intelectual odiável de merda.

O “maconheiro ideológico”, ou "maconhista", é uma criatura que subverte toda a lógica de nossa sociedade apenas para enobrecer o ato de queimar uma brenfa. Para ele nada é mais puro e natural do que a maconha e o primeiro grande inimigo que ele crucifica é o cigarro. O cigarro, segundo seu argumento de defesa, é um instrumento da morte. Cigarro dá câncer e maconha é terapêutica. “O cigarro mata e é legalizado, a maconha cura e é ilegal! Que absurdo!”

Onde já se viu? Falar mal do cigarro e bem da maconha... O cigarro vem do tabaco, que é uma planta tão natural quanto à cannabis. Aí nego vem me dizer que é diferente, que a Souza Cruz enche o tabaco de agentes químicos e é isso que faz mal. Mas aí eu digo: vocês já fumaram cigarro de tabaco natural, enrolado na hora? É uma merda! A química cancerígena é para deixar mais gostoso e pouco importa se o custo desse prazer adicional é uma morte precoce. E eu aposto com qualquer um que no dia em que a maconha sair da ilegalidade e a Souza Cruz se encarregar da fabricação de baseados com muita química, não vai existir nenhuma fumaça mais aromática e deliciosa do que a do “Marlboro Cannabis”. Já pensou? Uma maconha devidamente plantada, com os pesticidas e adubos corretos, misturada em tonéis reluzentes de aço inoxidável com várias cetonas, propis e isopropis... Depois de experimentar um desses, nenhum maconheiro se contentaria mais com essa grama seca misturada com bosta de vaca que esses amadores vendem por aí. E o dia que a Monsanto fizer sementes de maconha geneticamente modificadas (eu sei que já faz, mas digo em escala comercial)? Não vai ter ninguém fazendo passeata contra transgênicos depois de experimentar a melhor onda de sua vida. Por que? Porque tudo se resume a prazer, não a ideologia, e quem gosta de ideologia para viver, quase sempre ou é ou se sente intelectual... de merda.

Mas de longe o que mais curto é ver um “maconheiro ideológico” defendendo os interesses nacionais. Para acabar com a sua gigantesca larica, ele nunca vai ao McDonald´s ou toma Coca-Cola. Ele prefere comer na carrocinha de cachorro quente da esquina, pois é bem melhor do que financiar mega-corporações imperialistas que são instrumentos de dominação econômica e cultural.

Impressionante a capacidade de abstração de um maluco desses. Ele consegue imaginar os R$11,00 que ele pagou num Big Mac sendo convertidos em dólares e voando até o hemisfério norte, onde pagam um bilionésimo do novo iate de 50 pés que o Ronald acaba de comprar. Por trás de dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim reside a miséria do terceiro mundo.
O engraçado é que em 90% dos casos esse é o mesmo tipo de pessoa que dá um pinote para se defender quando alguém argumenta que o dinheiro do baseado dele financia a violência. “Nada disso! Uma trouxinha de maconha não paga nada! Quem financia a violência são os poderosos, que nunca aparecem e moram em coberturas de frente para a praia!”

Porra, como o iate do Ronald é visível e o munição do fuzil não é?
Trabalhar tostando “pão com gergelim”, que é uma das poucas opções que o moleque da favela tem para não ser bandido, é o instrumento de uma exploração vergonhosa. Já a trouxinha é uma opção consciente, pois a bala que está ali naquele fuzil não é comprada com os Reais do maconheiro politizado (sim também assisti Tropa de Elite – DVD Pirata e tudo).

Já está na hora de despolitizar o prazer. Senão, daqui a pouco, vai ter alcoólatra dizendo que financia o crescimento do país com o IPI abusivo que ele paga nas garrafas de cachaça e adolescentes obesos falando que os milhares de Big Mac´s que comem por ano geram uma dúzia de empregos para jovens carentes. É muito bonito argumentar em prol de um vício, feio é admitir que a razão de tudo não passa de uma fraqueza na carne. Hah...para não perder o costume: EU ODEIO TODO INTELECTUAL DE MERDA.

terça-feira, 4 de março de 2008

Homem de Verdade


Diz a sabedoria popular que um homem só tem uma vida completa quando planta uma árvore, escreve um livro e tem um filho.

O lance é que, principalmente hoje em dia, plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho não requer nenhuma habilidade especial. Para falar a verdade, dá muito mais trabalho derrubar uma árvore, ler um livro e evitar ter filhos. Essas é que deveriam ser consideradas as verdadeiras realizações de uma vida.

Plantar uma árvore é de longe a mais fácil das tarefas, até passarinho faz. Aliás, faz cagando. Mas quem mora em uma cidade grande sabe como é difícil derrubar uma árvore. Já é difícil até encontrar alguma árvore para ser derrubada. E quando você consegue uma árvore para derrubar, como no caso da mangueira que estava bem no local onde meus vizinhos queriam construir uma piscina, vi que é preciso esperar semanas por um processo altamente burocrático na prefeitura. E eles ainda tiveram que contratar uma equipe especializada. E depois cortar tudo em toquinhos pequenos, pro caminhão de entulho levar. Deu para sentir o trabalho? Bem mais complicado do que comer uma manga e enterrar o caroço.

E escrever um livro? Convenhamos: qualquer babaca pode fazer isso. E eu conheço nego que nem precisou “escrever” um livro para “ser autor” de um livro. Dois anos fazendo um blog com “piadinhas sem graça”, uma compilação dos melhores momentos em cerca de 70 páginas e pronto! Um livro! Com ISBN e tudo!

Agora, ler um livro... Ah meu amigo, isso não é mole. Eu não estou falando sobre simplesmente ler a seqüência de palavras que formam frases, as frases que formam parágrafos e os parágrafos que formam capítulos e os capítulos que formam um livro. Isso qualquer um faz. Refiro-me a entender plenamente o sentido de tudo que foi ali escrito. Cara, dá um trabalho... Para vocês terem uma idéia, eu me meti a ler “Introdução a Metafísica”, de Heidegger. Não entendi lhufas (mas na época achei que entendi algo). Alguns anos de intensos estudos depois (tá, nem tão intensos assim), voltei a ler o mesmo livro na faculdade. Que diferença! E mesmo assim passei em Axiologia, com 7. Eu me eduquei anos e estudei a porra do livro durante um semestre inteiro: passei com um medíocre 7.

Os filhos nem discuto. Olha para a fila da farmácia e veja quantas pessoas estão comprando camisinhas, pílulas, diafragmas e etc. Depois veja quantos estão comprando hormônios de fertilidade. Manter uma vida sexual ativa e garantir que você não está fabricando um herdeiro é, de longe, a tarefa mais difícil das três. São bilhões de espermatozóides tentando a vida e você tem que se certificar que absolutamente nenhum vai conseguir cumprir a sua missão. E não existe criatura mais tenaz do que um espermatozóide. Garanto que quando um espermatozóide desce inadvertidamente ralo abaixo no banheiro, eles nadam o sistema de esgoto inteiro procurando qualquer coisa para fecundar. Eles sabem que estão no lugar errado, mas não perdem a esperança e continuam nadando, tentando a sorte.

Uma vida verdadeiramente realizada não é para qualquer um. Praticamente para ninguém. Mas me lembrei agora do “filósofo”, um amigo de faculdade que tirou 10 em Axiologia (e em todas as outras matérias). Esse está no caminho certo para ter uma vida completa. Acho que o mais difícil mesmo vai ser a árvore, já que evitar filhos não é um grande problema para quem perde uma noite de sexta tentando entender o que o nazista do Heidegger escreveu naquela merda de livro...

sábado, 1 de março de 2008

Acho que sou racista


Estou me sentindo sujo, o mais desprezível dos seres humanos. Descobri que sou um racista. Mas antes de me enquadrarem na famosa Lei nº 7.716/89, explico que o meu preconceito racial não tem nada a ver com origem ou cor de pele da pessoa humana. Trata-se de algo que, no fundo, acaba resgatando mais explicitamente o sentido desta palavra. Relatarei-vos-ei o episódio que me fez cair na real e diagnosticar esta vergonhosa faceta da minha personalidade:

Recentemente fui abordado por um grande amigo, cuja felicidade no rosto deixava claro que trazia boas notícias. Ele me contou que sua cadela tinha acabado de parir. Nove filhotes. Preocupado com tantas bocas para alimentar em um futuro próximo e sabendo que sou um cara que aprecia a companhia canina, ele logo tratou de me oferecer um. Imediatamente manifestei meu interesse, mas para confirmar fiz uma pergunta essencial: “Vem cá, mas qual das suas cadelas teve filhotes? A labradora ou a vira-lata?”

O preconceito racial se escondia justamente aí, nesta pergunta aparentemente inocente. Eu tinha uma clara preferência pelos filhotes de labrador. Já os da pobre vira-lata não me interessavam. Me dei conta de que estava diminuindo a raça mestiça em prol de uma raça pura. Me senti um nazista.

Passei a relembrar outros pontos de meu comportamento e vi que as raízes do problema eram muito mais profundas. Notei que também tenho um imenso preconceito racial com pit-bulls e similares. Quando vejo um caminhando em minha direção, logo fico apreensivo, protejo discretamente as minhas “jóias de família” e, quando posso, troco até o lado da calçada. Tudo baseado em histórias que ouço falar, mas nunca vivenciei. Ele pode ser até um bom pit-bull, trabalhador, pai de família... mas meu preconceito faz com que aquele ser diferente do padrão que estou acostumado a conviver seja considerado uma ameaça. Para falar a verdade, a única vez que fui mordido na vida, foi por um cão extremamente pacífico, que por alguma razão teve um rápido reflexo de abocanhar minha perna esquerda e quase me deixar manco.

Outro sintoma grave é o pensamento que tenho em relação à poodles e outros “cachorros de madame”. Posso até respeitar a opção deles, mas no fundo não considero o seu comportamento exageradamente delicado algo natural. Sei lá... Acho que Deus criou os cães para serem cães. Se Ele quisesse algo fofinho, limpo e afetado, teria os feito nascerem gatos. Já me flagrei até tentando ensinar um poodles a ser mais agressivo, achando que aquele comportamento “anormal” dele teria cura... Vejam só, que vergonha! Eu, que até então me considerava um cara respeitador das diversidades, achando que a delicadeza de algumas raças caninas tinha cura, como se fosse alguma espécie de doença.

Mas de hoje em diante lutarei para ser um novo homem. Preciso rever meus conceitos e ampliar a minha tolerância racial. Acho até que vou adotar o pobre vira-lata que meu amigo ofereceu. Também pretendo iniciar uma campanha para a promoção da igualdade canina, com idéias revolucionárias como cotas de miscigenação e abolição do tal pedigree, um documento infame que fomenta este regime de apartheid canino que presenciamos em silêncio. Que a mensagem se espalhe e logo todos se conscientizem que o importante não é o tamanho, cor ou tipo de pêlo do cão, mas sim o que ele carrega dentro de si.