Ó Paisagem nua, Dor! - Monólogos Franjhunio: 2008

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Cagüete é Cagüete


A figura do maldito dedo-duro não é uma desgraça apenas na vida dos bandidos. Se pararmos para pensar, ela está bem presente no mundo formal. E pior: impune.
(Defunto Cagüete - Bezerra da Silva)
Cagüete é mesmo um tremendo canalha
Nem morto não dá sossego
Chegou no inferno entregou o diabo
E lá no céu cagüetou São Pedro
E já disse que não adianta
Porque a onda dele era mesmo entregar
Quando o cagüete é um bom cagüete
Ele cagüeta em qualquer lugar


Já dizia o Mestre Bezerra (antes de virar evangélico e ficar esclerosado - não necessariamente nessa ordem): cagüete é a imagem do cão. Ser contraventor, fazer merda, roubar... Tudo isso é errado. Mas entregar os parceiros é o mais vergonhoso dos pecados. Nego fala que a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa no mundo da bandidagem é o malandro ser estuprador e cair na prisão, que o cu do canalha vira uma verdeira Disneylândia. Ledo engano. O X9 nem chega na prisão. A expectativa de vida para um dedo-duro no submundo não passa de 48 horas, sendo que 46 são de sofrimento em um lento processo de tortura.
A figura do cagüete não fode só com a vida dos bandidos. Se pararmos para pensar, ela está bem presente no mundo formal. E pior: impune. Tem muita gente por aí que posa de cidadão respeitável, mas na verdade merece amanhecer com a boca cheia de formiga.
Todos os dias, no mundo todo, várias mega-corporações abrem as suas portas para receber em seus laboratórios "consumidores comuns". Eles vão lá oferecer seus serviços opinativos. Dizer qual é o melhor aroma de perfume, qual o melhor sabor de gelatina, qual o controle remoto mais funcional e até, pasmem, qual o barulho de motor mais agradável.
"Nós vamos demonstrar dois sons de motor para vocês. Por favor, anotem em seus formulários qual o que transmite a sensação de uma caminhonete utilitária mais robusta e confiável" - diz a funcionária da Ford, com sua prancheta pressionada contra fartos seios e vestida com um sensual jaleco branco que deixa transparecer suas voluptuosas curvas domadas por uma sexy lingerie rendada (foi mal, sempre viajo com mulheres de jaleco). Baseados na resposta dos 30 cidadãos lá presentes, os engenheiros da Ford desenvolverão um carro com um barulho de motor mais atraente para o consumidor. E cobrarão mais caro por isso.
O que esses 30 cidadãos respeitáveis estão fazendo? Nos cagüetando! Em troca de míseros trocados (ou pior, de brindes escrotos) eles vão até o quartel general dos inimigos e revelam as nossas maiores fraquezas. Foi assim que eles descobriam o quão importante é a textura da margarina, qual a quantidade de molho para que o Big Mac fique perfeito, que cerveja desce mais redondo... Por causa desses arrombados ficamos na mão do consumo desenfreado, da compra irracional, puramente instintiva. Uma minoria se vende e entrega os pontos fracos da maioria, nos levando todos a dívidas astronômicas no cartão de crédito.
A pior classe de dedo-duro são as malditas famílias que se deixam pesquisar pelo Ibope. Elas são as responsáveis pelo nosso calvário televisivo. Como é possível aceitar que um aparelho seja colocado nas TVs de suas casas para rastrear minuto a minuto o que está sendo assistido? Estes canalhas estão dando embasamento científico para os "Faustãos" e "TV Pinico" da vida continuarem a emporcalhar nossos cérebros. Porra, quer assistir a estas merdas? Tudo bem, todo mundo gosta. Mas não contem para ninguém, principalmente para os responsáveis pelas merdas! Não revelem para os inimigos essa nossa fraqueza! Que tipo de trairagem é essa? Nós somos irmãos!
Toda a nossa desgraça é culpa desses safados carentes que ficam com o dedo indicador tremendo quando alguma migalha de atenção lhes é despejada. Na escola já era assim. Aquele moleque mais escroto, que queria ficar amigo da professora para gozar de uma rebarba de poder, já entregava os esquemas da galera.
São canalhas confessos ou canalhas inconscientes, que caem nas armadilhas dos institutos de pesquisa. A última opção fornecida é sempre "não sabem / não opinaram". Assim muita gente acaba se forçando a responder direito só para não cair no saco de 2% de ignorantes que nem mesmo sabem dizer se o pão de forma fica melhor com casca ou sem casca. Pois anotem isso: os 2% que não sabem e não opinam não são nem um pouco manés. Eles é que são malandros, porque não cagüetam os irmãos.
E o filósofo corrobora o sambista: o melhor da liberdade de opinião é que ela inclui a opção de simplesmente não opinar.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Peido, ... Perguntas e Respostas !!


Do que é feito o peido?
A composição do gás é altamente variável. A maior parte do ar que engolimos, especialmente o componente Oxigênio, é absorvido pelo corpo antes do gás alcançar os intestinos. Quando o ar atinge os intestinos, a maior parte do que resta é nitrogênio. Reações químicas entre o ácido estomacal e os fluidos intestinais também podem produzir dióxido de carbono, que também é um componente do ar e um produto da ação bacteriana. As bactérias também produzem Hidrogênio e metano.

O que faz os peidos cheirarem?
O odor dos peidos vem de pequenas quantidades de sulfeto de
hidrogênio (gás sulfídrico). Esses compostos contêm enxofre. Quanto mais rica em enxofre for sua dieta, mais desses gases vão ser produzidos pelas bactérias no seu intestino e mais os seus peidos vão cheirar mal. Pratos como couve-flor, ovos e carne são notórios por produzirem peidos mal-cheirosos, enquanto feijão produz grandes quantidades de peidos não necessariamente mal-cheirosos.

Por que os peidos fazem barulho?
Os sons são produzidos pela vibração da abertura anal. O som depende da
velocidade da expulsão do gás e de quanto estreita for a abertura dos músculos do esfíncter anal.

Quanto gás uma pessoa normal produz por dia?
Em média, uma pessoa produz mais ou menos um litro de peido por dia, distribuído em cerca de 14 peidos diários. Pode ser difícil para si determinar o volume dos seus peidos diários, pode estimar quantas vezes peida. Pense nisso como uma pequena experiência científica. Anote tudo o que come e conte o número de vezes que peida. Pode inclusive anotar sobre o fedor deles. Veja se consegue descobrir uma relação entre o que come, quanto peida e quanto os seus peidos fedem. É verdade que algumas pessoas nunca se peidam? Não, se elas estiverem vivas. As pessoas podem peidar até mesmo um pouco depois de mortas.

Até estrelas de cinema peidam?
Sim. Assim como avós, padres, reis, príncipes, cantores de ópera, strippers, misses e freiras. Até o Darth Vader peida-se.

Os homens peidam-se mais que mulheres?
Não, mulheres peidam tanto quanto homens. O caso é que os homens têm mais orgulho disso.

Em que parte do dia um gentleman está mais sujeito a peidar?
Durante a manhã, quando estiver no WC. Isso é conhecido como "trovão matinal", e se o gentleman conseguir uma boa ressonância, pode ser ouvido na casa inteira.


Para onde vão os peidos quando os seguramos?
Os médicos concordam que o peido não é nem libertado nem absorvido. Ele
simplesmente volta para os intestinos e sai depois. Isso reafirma o fato de que os peidos não são realmente perdidos, e sim adiados.

É possível mesmo "acender" peidos?
A resposta para isso é SIM! Entretanto, deve estar avisado de que colocar um peido em ignição é perigoso. Não só a chama pode subir de volta para seu cólon, como a sua roupa e o que estiver ao redor pode pegar fogo.

Cheirar peido dá "moca"?
Não se conhecem agentes intoxicantes na flatulência. Entretanto, a maior parte dos peidos contém muito pouco oxigênio e você pode ficar tonto se inalar uma quantidade super concentrada de essência de peido, simplesmente por falta de oxigênio.

Um peido pode matar?
A opinião médica é que não, um peido não pode ser fatal. Mas se tentar bastante e com afinco, pode matar-se com qualquer coisa.

É possível enlatar um peido para uso posterior?
Teoricamente sim, mas há uma série de problemas logísticos. Você pode tentar usar um saco plástico ao invés de uma lata. Experimente como em vários sacos plásticos e feche, vede com cuidado. Então eleja voluntários para cheirar o conteúdo dos sacos para ver se eles conseguem dizer se o que tem ali dentro é peido ou é ar.

Que cor tem o peido?
Regra geral, incolores, por causa dos gases que o constituem. Imaginem como seria interessante dar peidos coloridos.

Outras pessoas cheiram mais o peido do que quem peidou?
O peido deveria cheirar tanto para quem o fez como para as outras pessoas. Mas quem fez está protegido pelo fato de que repeliu o ar para longe do seu corpo numa direção oposta à do seu nariz. Peidar contra o vento anula essa vantagem.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Farra Olímpika


Os jogos olímpicos em Pequim nem acabaram, mas nós já podemos degustar do amargo sabor do fracasso e da incompetência, que persiste em se agregar à identidade e personalidade dos brasileiros desportistas. Na verdade, fico pensando no por quê de tanto alvoroço por parte da grande mídia, se no final, todos sabemos que os resultados não serão promissores. O desempenho do Brasil, nos esportes onde ainda há algum tipo de tradição, é simplesmente lamentável, para não dizer ridículo. Tome como exemplo, caro leitor, o ginasta Diego Hypólito. Não tratarei aqui de sua feminilidade. Longe de mim. Nada a vê... Mas, o cara era considerado o bam bam bam na ginástica solo. Ele foi classificado em primeiro para as finais individuais e na apresentação final, no último lance, quando o Galvão Bueno já estava laureando o acrobata tupiniquim, o atleta fraqueja e cai de bunda no chão. Na boa mesmo, eu pensei que aquilo se tratava de parte da exibição, pois como bem sabemos, no Brasil, qualquer coreografia artística acaba em bunda mesmo... pena que os juízes não sabiam disso. Péssimo hábito do Dieguito de resolver todos os problemas com a bunda, né?!?!? Fazer o quê?!?!? Se servir de consolo, fica a experiência para a próxima e vejam que desde de 1.500 o país está em estágio de experiência.

Outro pseudo grande astro, com não menos pífia participação, foi o judoca e garanhão João Derly. Bem, este pelo menos teve uma boa razão para perder, afinal de contas seria uma puta sacanagem comer a mulher do portuga e ainda eliminá-lo da competição. Derly teve pelo menos compaixão do pobre corn..., quero dizer, pobre companheiro de judô, e entregou a luta. A velha lógica: eu como sua mulher e eu deixo você ganhar.... Lei da causa e efeito, sem direito algum a relatividade...

Porém, até agora, o evento de maior significado, que realça a mediocridade da participação verde e amarelo nas Olimpíadas, foi o desfecho da participação da saltadora brasileira Fabiana Murer. De longe, ela conseguiu superar a chatice do Galvão Bueno, o fracasso da seleção feminina de boquete, ou melhor basquete, a jóia rara da Jade que mais uma vez chorou, e as demais deidades das terras brasucas que figuraram em Pequim. A Fabiana Murer, pasmem ficou abalada nas provas finais, com nada mais nada menos, que o sumiço de sua vara, digo a vara dela (lá ela). Neste caso, assim como muitas mocinhas proeminentes, o limite entre o fracasso e a glória, estava no pau, digo na vara. Mas, quando a vara finalmente apareceu, o que já era tarde demais, ela, pobrezinha, solitária sem a sua vara predileta não conseguiu mais de concentrar.... que loucura. Disso tudo surge uma pergunta que não quer calar: onde os juízes esconderam a tal vara da Murer?

Ora, se você acha que o pior já passou, deixa eu lembrar para você que não é bem assim... pois no futebol masculino o Brasil ainda enfrentará a Argentina, o futebol feminino sempre perde na final, a canoagem está a vê navios, e o mais duro, você ainda vai ter que agüentar o Galvão Bueno torcendo em plena rede nacional pela vitória que certamente não virá. Na verdade, a Globo é que está com a razão quando prega: “nosso esporte é torcer pelo Brasil!”, ninguém falou nada de comemorar...

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Para o mundo nascer feliz...


"Muito bem, pessoal, quem fala aqui é Deus. Espero que estejam achando as cadeiras confortáveis. O lugar está meio apertado mas estamos ampliando. Provavelmente mês que vem já poderemos mudar para o novo lugar, com mais espaço e mais cadeiras. Peço perdão aos que tiveram que ficar de pé.
Pois bem, sei que não estão entendendo nada, mas é o seguinte: depois de milhares de anos e bilhões de reclamações de que os homens nascem sem serem consultados, resolvemos mudar as coisas por aqui. Na verdade vocês fazem parte de um teste. Por isso não, não é todo mundo que está sendo questionado antes de nascer. Vocês foram selecionados segundo critério nenhum, pois não se pode classificar alguém que ainda não viveu, não é mesmo? Tá, desculpem a piadinha infame.
Mas vai ser assim: a ficha que receberam tem uma senha. Vocês serão chamados um a um. Não vai demorar nada, pois o tempo aqui não existe. Então não se preocupem, certo? Quando chamarem, sigam para a porta que está no fundo. Lá vocês serão recebidos e lerão o contrato da vida. Nele está descrito todos os riscos que vocês assumem ao escolherem nascer. É simples e o encarregado da apresentação explicará o resto. É bem simples, na verdade.
Quem está aqui e já optou por não querer nascer antes mesmo de ver o contrato, pode tomar o caminho da escada rolante. Por favor, não tenham vergonha dessa escolha. Aqui não há julgamentos. Por isso, sigam para lá caso queiram.
Agradeço a colaboração. Na mesa do centro há uma caixinha de sugestões. Qualquer comentário ou crítica, por favor, preencham a ficha, escrevam e coloquem na urna. Queremos impressões sobre a nova idéia para aperfeiçoarmos todo o processo. Nossos gerentes estão montando o projeto e sugestões nessa etapa são muito bem vindas. É isso. Muito obrigado pela colaboração."
Poucos foram para a escada rolante, cerca de uma dúzia pelo menos. Piscou o número "415" e o chamado dirigiu-se para a porta ao fundo. A sala era pequena, cheia de arquivos. As cadeiras eram novas, bastante confortáveis. O teto ainda não tinha reboco. Estranhou o cinzeiro na mesa.
- É só decoração, não se preocupe.
- Entendo.
- Muito bem, aqui está o contrato. Alguma pergunta?
- Não, vou ler aqui. As letras não são pequenas como eu imaginava.
- É que aqui somos justos. Em outros departamentos as coisas são diferentes. Você deve imaginar.
- Sim, tudo está muito claro. Pensei que o texto seria rebuscado como a Bíblia também.
- É, depois do cinzeiro essa é a segunda coisa que notam. É que, sabe como é, não foi escrito por homens e tal... Então fica mais fácil para fluir.
- É, faz sentido. Bom, então vou ler aqui.
- Certo.
- Não entendi a parte do amor.
- Tá, é simples. Assim, você não vai ficar sabendo bem o que é, pois como é uma expressão divina, os homens vão tatear alguma coisa, alguns mais, outros menos. Você vai sentir, não vai saber de onde vem, não vai dar para explicar, mas todo mundo vai sentir. O que o trecho que você leu quer dizer é que mesmo que isso te cause problemas, você já nasce ciente de que terá que lidar com isso. Principalmente no que se refere aos humanos do outro sexo, no seu caso, às mulheres.
- Sei.
- Então, na maioria das vezes você vai se apaixonar por elas, vai amar algumas mas elas não irão te corresponder.
- Poxa...
- Pois é, mas é assim. Eva e Adão, entende? Pois é. Algumas vão te sacanear e tal, aproveitar que você é um bucha e te empurrar algumas frutas duvidosas.
- Tá, entendi. Dolorido isso, hein?
- É, pois é. Por isso demos mais atenção à isso.
- Beleza. Vou continuar aqui.
- Tranquilo.
- Essa parte das DST. Não tem como nascer com imunidade?
- Foi mal, mas não dá. Esse item só entrou por pressão do Lucas, aquele... Bom, deixa pra lá. É que a gente quis alertar, mas é só por ser politicamente correto. A intenção foi só essa. Pois tem muita gente que nasce achando que nunca é com ele, que só acontece com os outros, aí pega e aparece chorando na TV para contar a história, falando bobagens.
- É, tá certo. E essa do trabalho? Quatro da manhã não é muito cedo?
- Sim, mas vira a folha, isso, essa, a 6479: essa tabela são só exemplos do horário no qual, dependendo do seu emprego, irão te chamar. Mas aí varia de empresa para empresa, de país para país.
- E já nascer chefe, não dá?
- Ei, amigo, desculpa: a gente aqui não dá três pedidos para cada um que for nascer. Até pensaram nisso, mas o mundo acabaria habitado por ricos caralhudos, cada qual com sua Patrícia Pillar, como o Ciro. Não é bem assim...
- Tá, tá. Calma. O lance do país, dá para falar mais.
- Então, como você não pode escolher o lugar onde nascer, tentamos equilibrar algumas coisas. Por isso, dependendo de onde você nasça nós vamos dar condições para que algumas coisas se equilibrem. Por exemplo, se você nascer em um país de terceiro mundo ou na África, terá mais condições de aperfeiçoar seu lado humano e trabalhador, poderá ter um lado sensível mais apurado e, dependendo dos meio de comunicação locais, poderá pensar que é mais feliz, que tudo dará certo no final e que é um cara simpático.
- Hmm.
- E se nascer em um país abastado, com muito dinheiro, sem problemas de saúde, previdência vitalícia e tal, esse lado mais humano não será tão desenvolvido. Seus governantes serão meio estúpidos, falarão algumas besteiras que farão rir todo o mundo, mas você não vai entender nada mesmo, pois não sabe o que é o restante do mundo, então isso não o afetará. Seus sentimentos serão frios, pouco apurados e sua sensibilidade para captar humores e entender as pessoas que vivem ao seu redor será próxima a de um Coala cego.
- Tá, de qualquer forma...
- Bom, amigo, isso é o mais próximo de justiça que conseguimos, certo? Tá vendo aquela pilha de papéis? Então, é complicado. Lembre-se que, antes de tudo, estamos tratando com homens. E aquela pilha é o resumo da vida dos pais de todos os selecionados que estão aqui. Por isso é complicado. Tentar pescar tudo e colocar em um contrato foi trabalho de preso. Espero que, ao invés de você falar tudo aqui, faça uso da urna que Ele muito bem apresentou e...
- Calma, meu. Calma. Eu entendi, eu entendi. Esqueça isso. Vou continuar aqui.
- Tá, desculpe. Isso tudo é estressante...
- Sei. Mas me diga, essa parte aqui de lavar a louça...
- O que tem?
- Tipo, é obrigatório?
- Sim. Mas e daí?
- Assim... Lavar a louça? Se eu sujar eu lavo?
- Não, aí pode variar. Mas você realmente se importou com isso? Taí, novidade. Vou até anotar isso. Qual teu número mesmo?
- 415. Mas e então? Não tem como escapar?
- Escapar do quê?
- De lavar a louça.
- Amigo, você está brincando comigo?
- Não. Eu não quero nascer para lavar a louça. Tipo, do que conversamos até agora tudo é passável. Mas lavar louça? Não é para mim...
- Caro, você não vai nascer para lavar louça. Mas só previmos aí que, em algumas circunstâncias, isso existe na vida dos homens.
- Espera lá: e se eu só conseguir um emprego de lavador de pratos? Para isso eu não quero nascer.
- Não seja drástico. Por favor, não sejá drástico.
- Como assim? Eu estou falando sério!
- Não eleve a voz ou serei obrigado a chamar o segurança. Entendo sua posição, mas lavar a louça pode ser, sim, uma de suas tarefas enquanto vivo.
- Se é assim, não assino.
- Isso é sério?
- Claro. Desisto. Obrigado pela atenção, mas me desculpe: onde já se viu? Lavar louça? Isso não é vida...
- Eu que agradeço. Pode ir para a escada rolante e...
Bateu a porta. Estava furioso. Foi até a escada. Ela estava parada.
- Ei, amigo, quebrou. Pode usar a escada de incêndio, que aqui vai demorar para arrumar.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Quando a Inteligência causa Medo


Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal:

Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. isso é imperdoável! Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta".

Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava n'uma carreira difícil. Isso, na Inglaterra. Imaginem aqui, no Brasil.

Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa: “Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência”.

A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.

Mas, é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde os talentosos não conseguem passar.Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.

Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do "Elogio da Loucura", de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa se fingir de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.

Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota, automaticamente, a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.

Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas... Enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.

É um paradoxo angustiante !

Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.
Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues... "Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra".

O problema é que os inteligentes gostam de brilhar!
Que Deus os proteja, então, dos medíocres!...

Eu sou Franjhunio
08.08.08

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Ciência à Serviço do homem


O corpo humano tem mais de 1 milhão de anos. Durante este tempo, ele foi se adaptando a todas as suas necessidades evolutivas. Quer dizer, todas não! Quase todas! O corpo humano não se adaptou muito bem às bebidas alcoólicas. E nem parece ter dado muita importância pra isso já que a parte do corpo destinada a processá-la não atingiu nem o status de órgão, restringindo-se tão-somente a ser uma glândula.
Só que o tempo passou e – graças aos céus – os fenícios inventaram a cerveja, os russos criaram a vodca, os caribenhos inventaram o rum, os escoseses o uísque e nós, a cachaça, a marvada, aquela-que-matou-o-guarda. E por tudo isso eu digo: um fígado só é pouco! Urge que a Ciência desenvolva alternativas para que nós, bebuns, biriteiros, pudins-de-cachaça processemos melhor as bebidas alcoólicas.

Para que não saiam por aí dizendo que não dei nenhuma alternativa, seguem-se duas sugestões para que os cientistas se debrucem (num bom sentido) e dêem vazão àquilo que pode representar a salvação para milhões – ou bilhões – de pessoas em todo o mundo!!!

Fica registrado que poderíamos simplesmente sugerir a abstinência por parte dos amantes da bebida, mas esta seria uma solução muito fácil e todos sabem que a Ciência gosta mesmo é de desafios...

SUGESTÃO 1 – O DUPLICADOR DE FÍGADO
Ao contrário do Fernandinho Beira-Mar, o fígado é uma glândula que tem o poder de se regenerar. Não muito, é verdade. Mas já é alguma coisa. É aqui que os cientistas poderiam criar um poderoso medicamento que aumentasse a capacidade regenerativa do fígado a tal ponto que ele ficasse completamente livre das degradações provocadas pelo álcool. Mas a droga deveria ser forte a ponto do organismo criar o “fígado reserva”, ou seja, um outro fígado que funcionasse apenas para processar a pinga nossa de cada dia.

Esta sugestão também acabaria de uma vez por todas com os transplantes e a possibilidade de sua rejeição. Até porque o fígado já seria da pessoa. Nada de cirurgias! Nada de anestesias! O “fígado-reserva” é uma boa solução para exterminarmos doenças como a cirrose, por exemplo.

SUGESTÃO 2 – O FÍGADO PORTÁTIL

Uma sugestão um pouco mais dolorosa, é verdade, mas que tem lá uma chance de se tornar eficiente.
Sabemos que a Ciência já desenvolveu a válvula biológica para o coração e estuda a aplicação de um coração artificial. Então por que não criar o fígado portátil? Ele poderia vir com uma pequena sonda que seria acoplada perto da glândula “oficial”. Então o sujeito poderia mandar ver na cerveja!!! Depois de encher a lata, bastaria lavar o recipiente que ele estaria pronto pra outra! Simples e direto! E com uma grande vantagem: com o fígado portátil, seu organismo não processaria a bebida!!!

Você mataria dois coelhos com uma cajadada só: os males que acometem a glândula e o açúcar – é sabido que o ponto final do ciclo do álcool no nosso organismo é a sua transformação em açúcar. Viram? Nada de doenças e de barriguinhas de chopp!!!
Pronto! As sugestões estão aí. Agora cabe à Medicina colocar mãos à obra. Ah, e descobrir também a cura do bafo de cerveja, é claro, que já está sendo alçado à condição de doença venérea de tanto espantar mulher...

terça-feira, 6 de maio de 2008

A procura de um emprego...


Provavelmente você já passou (ou ainda vai passar) pela desagradável experiência de procurar um emprego. Tudo começa com a maldita carteira de trabalho. Consegui viver até hoje sem este atestado de escravo, mas acho que a burocracia deste nosso maravilhoso país vai me obrigar a tirar uma. Uma carteirinha com todo o prontuário de sua vida profissional, lá seu patrão marca a propriedade temporária sobre a sua força de trabalho. Muito útil para no futuro saberem se você é do tipo "fujão" ou se é mais manso e fica num lugar só. Pelo menos não é tão doloroso quanto às marcas a ferro quente.

Outro momento deprimente é escrever o currículo. Nessa hora você se dá conta que não vale porra nenhuma (nem para fazer um documento decente no Word) e começa a inventar habilidades nunca antes expressadas: "inglês médio", "espanhol básico", "grande experiência com informática"... na verdade são apenas formas mais coloquiais de falar: "sei o que significa o play do vídeo cassete", "consigo assistir as novelas do SBT sem legenda" e "passo minhas madrugadas na putaria do chat do UOL". Na falta do que falar, alguma gostosa tapada inventou de colocar a foto no currículo. O pessoal do RH achou maneiro (todo imbecil acha muito chato livro sem gravura) e a moda pegou. Agora além de se humilhar por escrito, você também aparece no currículo com uma puta cara de buceta.

Você manda seu currículo, faz umas provinhas de lógica pra eles saberem se você é retardado, uma redação pra provar que não é analfabeto e chega à melhor parte, a dinâmica de grupo. O Aurélio define dinâmica de grupo como: aglomeração de 10 a 15 imbecis nervosos, normalmente sentados em círculo, que fingem ter algo de interessante para falar e se esforçam mais ainda para demonstrar entusiasmo pelo que a mula do lado está falando. Essa galera é analisada por uns psicólogos que fingem estar prestando atenção, mas na verdade estão ali só para se divertir um pouco fazendo os outros pagarem mico.

Se você for participar de uma dinâmica eu tenho um conselho para você: relaxe e divirta-se. Mude de lado, aproxime-se dos examinadores e curta com a cara dos candidatos. Eu tive a honra de participar da dinâmica de grupo que deve ter entrado pros anais da história, não posso relatar exatamente como foi, pois corre ainda o risco de ser chamado, e revelar os detalhes sórdidos, poderia melar o processo.

Como tenho que terminar o texto dando uma esperança para vocês, vou fechar com um TOP10 que pode ser muito útil em sua próxima dinâmica de grupo. O tema é: "As 10 frases que devem ser evitadas durante a dinâmica de grupo."

10. Meu Deus, que porra escrota!
9. Estou muito confiante, meu horóscopo de hoje disse que teria sorte na vida profissional.
8. O¬nde fica o banheiro nessa porra?
7. O meu curso é no mesmo prédio da psicologia, lá só tem viado e baranga.
6. Ah sim, já ia esquecendo-me de preencher, meu email é junior_pauduro@hotmail.com
5. Eu não vou ter que trabalhar na mesma sala que aquele cara lerdo ali não né?
4. Desculpe o atraso, acordar cedo é uma merda.
3. Vocês conhecem a palavra do Senhor?
2. Que delícia, a senhora é casada?
1. Eu sou muito dinâmico e criativo. Escrevo para um blog chamado monologosfranjhunio.blogspot.com. Conhece?

É isso aí criançada, não desanimem e qualquer coisa envie seu currículo (com foto) para fls.junior@hotmail.com

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O SEGUNDO PRISIONEIRO - a HiSToRia SeCReTa da PHiLoSHoFia - PARTE II


Pois bem, o desdentado ao meu lado, além de mostrar-se demasiadamente esbelto e corado, mesmo vivendo em uma caverna fedida e mal iluminada, falava de coisas que simplesmente eu não entendia o que me fez senti como um asno. Falava comigo em tom de segredo, quase sussurrando, para que ninguém ouvisse o que ele tinha a dizer. Revelou-me que tudo que acreditávamos não passava de mera especulação, sombras de uma realidade que não estava ao nosso alcance, nem nunca estaria, se não mudássemos de atitude. Sei não, mas quando ele me disse estas palavras, senti como se estivesse lendo um livro de auto-ajuda... “mudar de atitude”... esse conselho é igual a um “pretinho” básico, combina com tudo nesta vida...

Enfim, ele disse que tudo o que sabíamos da vida tinha relação direta com os nossos sentidos, mas que os sentidos, tal como são, não nos revelam tudo a respeito de nós mesmos, nem do outro nem do mundo, revela-nos apenas o reflexo do que as coisas realmente são. Confesso que achei aquilo tudo muito estranho... via estrelas a cada sentença que ele dizia. Como tive vontade de fumar hunzinho, mas... Sentia que ele confiava em mim, como se tivesse planos a meu respeito. Pensei que ele era mais um pederasta... Dizia ele que a vida lá fora possuía cores, aromas, formas completamente diferente daquilo que nós conhecíamos. O que julgávamos serem monstros, não passavam de sombras... E a luz que julgávamos possuir o poder de nos ferir, não era nada, em comparado com a grande luz emanada pelo astro que os outros chamavam de sol... Quando aquele cretino se referiu aos “outros”, me senti em um episódio de Lost, no corpo de Rodrigo Santoro, e pensei que nada daquilo tinha o menor sentido.

Mandei que ele calasse aquela boca fedida e disse que não passava de um maluco. Confesso que perdi as estribeiras. Gritei que ele enlouquecera e que para ele apenas restava à morte, uma morte rápida. Os companheiros tomaram parte da querela. A meu favor, é claro. E como ninguém mais agüentava aquela fedentina em forma humana, que agora excretava até pensamentos, concluímos que era chegado o fim. À medida que eu e meus companheiros arquitetávamos uma forma de entregá-lo ao hades, ele simplesmente pedia perdão aos deuses por nossa ignorância! Por deus, aquele filho de uma égua manca achava-se melhor que nós... Pior achava-se um messias! Como eu o odiei por isso... e quanto mais nós repudiávamos aquele ser, mais pena ele dizia que sentia de nós. Isso era o cúmulo do absurdo. Naquele momento fomos forçados a partir para a ignorância. Lembro-me que levantamos aquele corpo fedido pelos braceletes que o prendia à caverna. A brutalidade do ato fazia que grandes chagas fossem abertas à altura dos punhos e dos tornozelos. Ele não chorava, nem gritava, apenas nos olhava como um semblante de redenção e dó. Todos os prisioneiros cuspiram em seu rosto, que ficou desfigurado de tanta catarrada. O sangue pingava no chão. Meus companheiros aproveitaram aquele momento para extravasar todas as suas frustrações naquele corpo inerte. Foram desferidos socos e pontapés. O som abafado que julgávamos escutar não era de seu gemido e sim de seu cínico riso, que enfurecia ainda mais a mim e a meus companheiros. Alguém cansou de bater com as mãos. Paus e pedras foram alçados e a tortura apenas começara. O grito de um barbudo maltrapilho tirado a merda ecoou na caverna: “quem nunca errou que atire a primeira pedra”, e um jovem companheiro mais impetuoso, despontou uma pedrada no meio da testa do moribundo, e exclamou com ar solene: “nunca erraria a esta distância, meu caro”. O sangue escorreu de sua testa imediatamente, e daí, outras pedradas foram desferidas violentamente, acertado, sobretudo a cabeça e o tronco do imbecil. O cheiro de sangue, próximo ao aroma de ferro, se confundia com o cheiro agre das fezes e urina que empesteava o local.

Naquele momento, eu já possuía no íntimo certo constrangimento. Primeiro por não ter sido fiel ao cara que havia me confiado um segredo. E segundo, por ter sido eu o culpado direto pela execução de um companheiro, um companheiro esquisito, mas companheiro. Tentava eu, em vão, consolar-me com o pensamento comum de que aquilo era merecido. Afinal, quem era ele para julgar-nos? Por que logo ele teria a respostas para as nossas mais contidas dúvidas? Por que não um príncipe de olhos verdes e corpo helênico para nosso salvador ao invés daquele traste? Eram tantas as perguntas que passavam que minha cabeça, que quase não pude perceber o sangue daquele energúmeno nos trapos em que eu vestia. Agora, não apenas as minhas mãos estavam sujas de sangue...

Parece que eu tinha entrado por alguns estantes em um estado de transe... Subitamente, porém, voltei à normalidade. E fui tomado de uma grade repulsa. O corpo do destrambelhado estava inerte ao chão, quer dizer, o corpo não, o que restou do corpo. Os membros haviam descolado do tronco e a cabeça não tinha mais a mesma forma redonda tão peculiar aquele cabeça de ovo. A única coisa que parecia intacta era o olhar, não exatamente o olhar, mas o olho, já fora da órbita, que mesmo em meio àquele absurdo, reluzia um pequeno brilho, diabólico e angelical ao mesmo tempo. Os meus companheiros, aquela altura, tinham exaurido as suas forças. Estavam exaustos. Afinal de contas, tinham se esforçado muito. Pinochet teria tido muito orgulho deles e de mim...

O que restou do corpo foi retirado pelos companheiros mais carniceiros. A cena era terrível, deprimente para dizer a verdade. Eu fui o algoz daquele homem e me sentia culpado por tudo aquilo. Ora, o que um simples mal entediado podia gerar! No entanto, parecia que o remorso só havia tomado conta de mim. Todos os outros nada comentavam, ou melhor, voltaram à velha vidinha inútil, contemplando as sobras no paredão e disputando cada bocado de comida e água que surgiam às migalhas. Tentei dormi. E sonhei. Sonhei com objetos que nunca vira. Cores jamais imaginadas. E uma grande luz que me deixava cego. Nos meus sonhos também apareceu um homem barbudo, com muitos seguidores, e que dizia coisas interessantes para os seus interlocutores, em forma de alegorias e parábolas. Ele dizia coisas como: “eu sou a luz das estrelas” e “eu sou o início, o fim e o meio”, acho que ele se dizia o filho do homem. O nome desse cara estranho parece-me, era Raul Seixas...

Tive um sonho, porém, que me intrigou ainda mais. Sonhei que os deuses haviam me condenado a outro castigo. Eu agora era forçado a empurrar sem descanso um rochedo até ao cume de uma montanha, de onde a pedra caía de novo, em conseqüência do seu peso. Tinha eu pensado, com alguma razão, que não há castigo mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança. No entanto, enquanto descia ao pé da montanha para apanhar novamente o rochedo, era o companheiro que eu havia condenado a execução que eu via, e ele me ajudava a levantar o rochedo, para que eu retornasse ao cume.

Eu não sabia, mas ele foi realmente de grande ajuda para tudo mais que estava por vir... e veio...

... continua...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O SEGUNDO PRISIONEIRO - a HiSToRia SeCReTa da PHiLoSHoFia - PARTE I


Eis que me lembro dos acontecimentos que giraram em torno de minha vida, de maneira muito clara, como se estes tivessem acontecido ontem, se bem que, do que aconteceu ontem, não pareço lembrar-se com tamanha nitidez... o certo é que estávamos todos como sempre, eu e meus coitados irmãos, na velha e caótica morada subterrânea onde depositávamos nossos corpos. A vida e a existência havia nos presenteado adversamente com a triste realidade que vislumbrávamos: uma fétida caverna, sem conforto, sem comida, quase sem bebida, enfim sem alegria, sem perspectiva, sem mulheres, se bem que este último, nós nem sentíamos muito falta, pois mesmo tão desafortunados, ainda éramos contemplados com nossas mãos e o adequado comprimento de nossos braços...

O calor era invariavelmente intenso, como se estivéssemos numa grande estufa, e consequentemente o cheiro, quer dizer, o fedor do suor alheio permeava-nos as narinas. Tal fedor em muito se justificava pelo fato de não termos como fazer do banho um hábito diário. Tomávamos banho quando chuvia muito a ponto de a água envadir nossa caverna sem dó nem piedade. Na verdade, mal tínhamos o que beber durante boa parte do ano. A água que tínhamos era fruto das águas que desciam caverna adentro nos dias de temporal e que traziam consigo além da água lamenta, folhas, carcaças de animais, e toda espécie de putrefação externa que tínhamos direito e que aceitávamos como benignidade dos deuses, isso, sem mencionar, a merda diária que fisiologicamente também éramos produtores. Mais felizes éramos quando tais águas simplesmente minavam das paredes de pedra maciça nos outros períodos. Essas águas formavam um pequeno e não menos fedido lago lamento no fundo da caverna.

Eu e meus companheiros estávamos desde a tenra idade naquele recinto. Logo, quando muitos jovens, fomos privados da realidade exterior àquela caverna, só tínhamos lembrança das experiências vividas em comunidade na caverna. Não sabíamos ao certo se havia alguma realidade fora da caverna, pois para nos “o fora” simplesmente não representava sentido algum.

Para que não corrêssemos risco de fugir da caverna, nossos algozes, os deuses, (veja que imaginação a nossa), haviam providenciado fortes correntes para nós, onde com “coleiras” estávamos acorrentados no pescoço, feito cão que não se comporta direito com seu dono e que sai cagando tudo, com “braceletes” em ambos os punhos e tornozelos, de modo que mal podíamos nos mexer. Desgraçadamente, tais apetrechos de terror causavam terríveis feridas, que em sendo mal tratadas, criavam notáveis cicatrizes. Curiosamente isso servia de entretenimento. Na falta do que fazer competia divertidamente uns com os outros em duas modalidades: o da maior cicatriz e o da mais bela (na verdade mais feia e infeccionada) ferida, pereba, como gostávamos de nos referir às chagas menos aneláveis. Os ganhadores eram presenteados com uma quantidade maior de água, e quando enfim tínhamos o que comer, estes eram os primeiros a participarem do bocado.

Diante da triste realidade que constatávamos em adição a ociosidade de nossas vidas, apenas restava olhar, com certa medida de meditação e resignação, para a parede que jazia a nossa frente, como se fosse uma tela de cinema. Devido a uma fogueira acessa por traz de um grande muro que havia atrás de nós, víamos as projeções de alguns artefatos que transeuntes desconhecidos traziam amarrados à cabeça, e que devido a luz projetava sombras no paredão. Nunca, absolutamente nunca nos virávamos para a fogueira, pois intuímos a idéia que se assim fizéssemos imediatamente ficaríamos cegos.

Cada projeção ali apresentada, embora não soubéssemos a razão de sua existência ou fonte, assumia para nós as aspirações de nossos sonhos, até os mais contidos e eróticos. Lembro-me que certa vez, um de nossos companheiros, de nome Wehadinho que já contava uns 40 anos de cárcere, chorou emotivo ao vê projetado na parece algo que se parecia com um pepino, que quando projetado, assumia ares de grandeza e estirpe avassalador. Interrogado por mim sobre as razões que o levava a chorar afeminadamente, ele respondeu com aquela língua pressa, a ele tão peculiar:
- Menino, é que com esta imagem membruda, me faz recordar de um antigo bofe, que ficava acorrentado ao meu lado no canto da caverna...
- E ele representou assim tanto para você?
- Claro que sim! Nós éramos muito íntimos...
- Sei... e o que aconteceu com ele?
- Morreu... pegou infecção no pinto. Como ele era muito travesso, acabou comendo o que não devia e...

(Chega de viadagem) De qualquer forma, tais projeções se somando a nossa miserável vida e as lastimáveis condições, correspondiam bem às nossas perspectivas e nossa realidade. Embora nosso cotidiano parecesse demasiadamente tedioso, para nós tudo era compreensivelmente aceitável. Nossa miséria era bênção dos deuses... nossas doenças eram benções dos deuses... nossa ignorância era bênçãos dos deuses, nossa falta de higiene e o péssimo odor de nosso lar era uma puta falta de vergonha dos deuses que praticam verdadeiras orgias no Olimpo e ainda nos prendiam nesta porra de caverna com mãos de pés atados...

Além das sombras, ouvíamos vozes, que desconfiávamos não serem as nossas. Essa dedução nos parecia lógica partindo do princípio de que mesmo quando todos nós estávamos calados, ainda assim elas se pronunciavam. “Seriam fantasmas?”, se interrogavam alguns. Mas essa suposição nos parecia muito estúpida, pois, afinal, vivendo sob aquelas condições, e ainda acreditar em porra de fantasma, era forçar a barra para as coisas serem ainda piores. Se for para acreditar em baboseiras, bastava crê nos deuses.

Enfim, nada parecia mudar, quando por mero acaso, um companheiro que estava ao meu lado direito, me falou em tom baixo, quase imperceptível que havia descoberto algo de novo que poderia transformar as nossas vidas. Lembro-me que primeiro me incomodei com o péssimo hálito dele (algo que parecia o fedor de um macaco morto a tapa). Disfarcei, tentando manter a educação, falando com ele sem respirar pelo nariz. Desta maneira, fui poupado de sentir o cheiro, ou melhor, fedor de cadáver que saia de sua boca. Ora, mesmo sem conhecer ao certo o que era a lua, eu já encarava aquele meu colega de agonia como um lunático, um maluco mesmo. Todos evitavam contato como ele, não somente por causa de seu mau hálito, mas também, porque ele sempre teve idéias esquisitas...

continuação...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Morte aos animais de pelúcia

Depois da reprimenda promovida por uma de minhas leitoras, que me acusou de ser “uma pessoa que pensa estranho e que parece um velho bem rabugento formado em Filosofia”, resolvi, pelo menos por hoje, não falar de criaturinhas animadas que causam comoção e sim das inanimadas, que ainda não possuem um órgão de defesa de seus interesses... refiro-me aos bichinho de pelúcia...

Nunca tive um bichinho de pelúcia. Nunca vi graça nenhuma neles. Também nunca entendi o fascínio que as mulheres têm por esse brinquedo. Mas minha rejeição a ele não me levou ao ponto de me recusar a compactuar com essa indústria. Quer dizer, se uma mulher em quem eu estivesse interessado chegasse para mim e falasse que queria ganhar um CD de funk ou um livro do Paulo Coelho, eu pensaria: "Opa, amigo pênis. Lamento, mas não vai dar para te satisfazer. Não vou comprar lixo só para você aí em baixo se dar bem. Pode ser que um dia você tenha essa garota, mas vou avisando que não vou me esforçar para isso acontecer''. Já se ela falasse que queria um cachorrinho de pelúcia, tudo bem. Vou comprar um negócio que não vai ter utilidade nenhuma, mas pode valer à pena. Sim, porque tirando o fato que eles servem para ajudar a pegar mulher, os bichinhos de pelúcia são realmente inúteis para quem não é criança. Quando eu comprava Falcon, Playmobil ou Comandos em Ação, eu usava os brinquedos à beça. Inventa mil histórias com os bonequinhos. O mesmo devia acontecer com as meninas que compravam Barbie. Mas vai me dizer que uma mulher com 18 anos na cara, e na bunda, fica brincando com o bichinho de pelúcia? Você consegue imaginar uma mulher desligando a TV ou desmarcando uma saída para ir brincar com o bichinho de pelúcia? A única vez que vi uma mulher brincar com um deles foi num filme da Cicciolina. Mas poupe-me dos detalhes sórdidos...

O. K. Não vou pedir para ninguém botar a mão na consciência e parar de comprar de presente um negócio que fica depois jogado em cima da cama ou esquecido dentro de um armário. Pois o brinquedo pode levar nós, homens, a ganhar outro tipo de bichinho de pelúcia mais interessante e vivo, se é que vocês me entendem. Mas não tem mulher no mundo (ainda mais hoje, muito bem casado) que me convença a comprar um certo tipo de bichinho de pelúcia: miniaturas de animais que não têm pêlo em sua versão real. Isso eu não suporto, não compreendo e não vou tolerar mais. Por que diabos alguém faz uma orca de pelúcia? Porra, orcas não têm pêlos! Tartaruga de pelúcia. Caralho, tartaruga não tem pêlo! Não faz sentido! Eu acho que as mulheres vêem um tigrinho de pelúcia e pensam (na verdade, deve ser o inconsciente pensando): "tigres têm um pêlo lindo, mas são animais ferozes e perigosos. Mas esse aí pode ser meu. Posso dominá-lo e alisar seu pêlo na hora que eu quiser. Ele não poderá fazer nada. Nada. Nada! Há, há, há...". A teoria deve valer para ursos, leões e outros animais que são bolados com a raça humana e não hesitam em nos destroçar se dermos mole perto deles. Com um cachorrinho de pelúcia, as mulheres devem pensar assim: "Ai que bonitinho, dá vontade de abraçar... Parece um cãozinho de verdade, com a vantagem que não vai me dar trabalho para cuidar. Sem xixi, sem fedor, sem cocô... Amor, compra pra mim aquele cachorrinho? Custa só R$ 45". A teoria vale para gatinhos, coelhinhos, cavalinhos, porquinhos, vaquinhas e todos os outros animais que se deixam usar pelo pessoal munido de polegar opressor.

Mas o que passa pela cabeça de alguém que quer uma tartaruga de pelúcia? Ela vai fazer carinho no brinquedo? Por quê? Ela gostaria de fazer carinho numa tartaruga de verdade? Que tipo de gente tem vontade de fazer carinho numa tartaruga, um bicho todo encouraçado que não entende o que você fala, não acompanha a gente pela casa e ainda por cima come cocô com o maior prazer. Uma vez vi num quintal um cágado comendo um cocô enorme enquanto um cachorro latia para ele num misto de terror e reprovação. Ficou claro para mim nesse dia que as tartarugas (cágado, jabuti, é tudo a mesma coisa) estão escadarias abaixo na escala evolutiva, pois levam esporro de cachorro). Mas mesmo se tartaruga não comesse merda, o que é atraente nela? O que te dá vontade de fazer carinho? Nada. Então por que comprar uma tartaruga de pelúcia? Mas a insignificância dos jabutis nem importa tanto. A questão fundamental é que tartarugas, golfinhos e orcas de pelúcia são uma fraude. São uma falsidade ideológica. São aberrações entre os brinquedos. E é uma anomalia de caráter querer ter um deles.

E tenho dito...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Direito dos animais é o caralho


Amigo leitor, eu e você fazemos parte do topo da cadeia alimentar. Por possuirmos um cérebro vagamente mais evoluído que o dos macacos e por termos o advento do polegar opositor, estamos por aí, construindo prédios, andando em automóveis e sendo roubados por políticos.

Apesar disso, algumas pessoas, talvez por não terem cérebros tão evoluídos, ou talvez por não possuírem polegares opositores, insistem em algo chamado 'direitos' dos animais. Os únicos direitos que um animal deveria ter são os de servir de alimento para os mais evoluídos (eu e você, caro leitor!), servir como fonte de calor através de casacos para as peruas, ajudarem na ciência na forma de cobaias, e o de permanecerem calados.

Entre um latido e outro, infelizmente, alguns seres humanos se juntam, reclamando os famigerados direitos dos animais. São os chamados amantes dos animaizinhos, a máfia da macrobiótica, a gangue da alface, as eco-barangas engajadas. Uma turminha muito da desagradável, que não pode ver uma celebridade com casacão de pele, nem sentir um cheirinho de churrasco que já começa a ter chilique. Darwin teria vergonha dessa gente.

Me surpreende que uma parte desses inúteis fale que é vegetariana com a boca cheia de peixe. O termo 'frutos do mar' deve causar alguma confusão na combalida mente dessa camada derrotada da sociedade contemporânea. Provavelmente culpa da pouca ingestão de carboidratos e proteína.

Quando eu falo que o espinafre é tão ser vivo quanto um boi, ainda que bem menos suculento, nego ainda tem a audácia de dizer 'ah, mas espinafre não sente dor'. Essa gente devia ser apresentada aos milagres de uma anestesia.
Ou defenderem o uso de anestésicos nos matadouros, ao invés dessa viadagem de não comer carne por questões filosóficas.

Mas também, que se danem esses chatos. Gente que faz até da sua refeição uma questão ideológica não merece respeito de ninguém. No máximo, uma surra.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Bill Gates Seja Louvado... o senhor está com vós


Prólogo
Glorificado pela nova religião ocidental predominante - o consumismo - Bill Gates, nerd criado pela avó, filho de mãe virgem e pai desconhecido (bom, pelo menos foi o que a avó contou pra ele até os 16 anos, quando descobriu que a mãe era uma puta rampeira que engravidou numa suruba com 5 caras), sempre acreditou que apesar daquela cara de mongol tinha dentro de si uma luz que poderia mudar o mundo. Realmente Bill estava certo...houve uma luz...uma luz azul...em todos os computadores do mundo. Ele levou a dúvida o¬nde havia certeza e levou erros o¬nde haviam acertos e tudo travou.... porra perdi o arquivo! Caralho... Ele mudou o comportamento das pessoas. E então...Bill Gates, nerd de família pobre se tornou Deus.

Capítulo I - A Gênese
Seu primeiro filho, vindo da lama, ele batizou ADÃO 3.11. Ele estava orgulhoso, porém faltava alguma coisa. Mas ADÃO 3.11 estava solitário no mundo. Estava cansado de jogar paciência e campo minado sem ter nada mais interessante pra fazer e precisava urgente de uma companhia. Então Bill rompeu o himem.sys e criou a EVA 95. Eva era totalmente diferente de ADÃO 3.11 porque se desse pau, ela poderia tomar sozinha a iniciativa de abortar...ou anular e até mesmo repetir, se assim o quisesse. É claro que EVA 95 era bonita, mas como toda mulher, toda hora dava problema. Então Bill parou e pensou: Porque eu não junto a inteligência de ADÃO 3.11 com a beleza de EVA 95? E dessa sacanagem armada por Bill Gates nasceram CAIN 98 e ABEL 98 SE. Só que os irmão se odiavam. CAIN 98 sentia um profundo rancor e inveja do seu irmão caçula ABEL 98 SE, pois assim que CAIN 98 nasceu, passou a maior vergonha do universo dando pau (no bom sentido) na frente de milhares de empresários e investidores, o que fez Bill Gates criar ABEL 98 SE, sem bugs e com menos erros.

Mas o erro fatal de CAIN 98 não foi apenas no seu Explorer, mas sim na vingança que armou para o irmão. Certa noite, enquanto ABEL 98 SE passeava pelo jardim, CAIN 98 preparava a tocaia empunhando sua adaga (para vc que não sabe, faca, punhal), mas graças a Bill Gates o crime não foi realizado, pois na hora do golpe fatal CAIN 98 travou, como era de se esperar, e nem o Scandisk conseguiu salvá-lo.

Isso fez com que ABEL 98 SE pudesse se proliferar e ocupar todos os computadores do mundo. Mas claro que nem todos são a favor de Bill Gates. Satanás por sua vez preparou vários clones para derrubar a glória de Bill Gates. Apareceram OS2/Warp, Linux, Macs e outras maldições, mas felizmente o mal foi derrotado e reduzido a poucos usuários que ainda insistem em oferecer suas almas e HDs para Satanás.

Capitulo II - As Vilanias de Satanás

Por muito tempo a paz reinou entre os computadores do planeta até que um enviado de Satanás enviou um e-mail para São Pedro: "Na virada do ano de 1999 para 2000 todos os computadores do mundo se acabarão por um erro de seu deus. O bug do milênio vai arruinar a economia, destruir planos de vida e acabar com o reinado de Bill Gates, e aí eu triunfarei,ah ah ah ah ah k k k k k k !". O planeta entrou em colapso, muitos enlouqueceram, outros se suicidaram apenas por imaginar o mundo sendo destruído por seu próprio deus e ver Satanás triunfar sozinho. Então chegou o grande dia, no reiveillon de 99/2000, enquanto o mundo enchia a cara de Cidra Cereser e jogavam flores no mar para Yemanjá, milhares de nerds se concentravam no que seria o armagedom (guerra santa de deus, ignorante). 5...4..3..2..1..0!!!!!!!!!!........ ...................... ........................... ......................... .................... "Filho da puta!! Eu aqui quase enlouquecendo por causa de uma trapaça de Satanás!!" - Disse um discípulo de Bill Gates, revoltado pois havia perdido uma suruba na casa de uns amigos em Feira de Santana e não havia acontecido absolutamente porra nenhuma com os malditos computadores. "Então tudo não passou de uma intriga de Satanás para colocar meu poder em dúvida!" - Exclamou Bill Gates. - "Ele terá o troco!"

Capítulo III - Revanche
E Bill Gates ficou algum tempo longe da mídia preparando seu plano vingativo. E então lançou no mundo vários de seus filhos, um seguido do outro NT, 2000, ME e por fim o XP. Com isso Bill Gates reafirmou seu posto de senhor do universo obrigando os milhões de usuários do planeta a usarem seus produtos. E para acabar com os problemas de licença para utilização, o todo poderoso Bill, criou, o sétimo dia produtivo, o W. Narcísio Vista, sucessor do XP, que abusa do poder gráfico e, portanto, está recheado de efeitos, inovações visuais, design caprichado, além de muitas novidades. Narcísio Vista, porém, envaideceu seu próprio coração por conta de sua beleza e pompa, sendo que neste sentimento, Satanás viu a oportunidade de sacanear mais uma vez deus. E Narcisio mesmo mais moço, robusto e bonitinho, em operação, trava, trava e trava (porra, travou de novo), e é incompatível com uma porrada de sistemas, não opera bem na rede, e sacaneia o podre usuário sem recurso.... Windows vista, bonitinho, sob a mão poderosa de deus Bill, mas ordinário, fudido, sai de retro Satanás...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

EU ADORO OS EVANGÉLICOS...


Não sei porque, mas no Brasil os evangélicos são mais discriminados do que os muçulmanos. Alguma novela das oito já romantizou a vida de um discípulo da Igreja Universal? Ficam fazendo propaganda daquele povinho que não come porco e viram as costas para a religião que mais cresce no país. Todo mundo os trata como burros, ovelhas inocentes que são enroladas para garantir o dízimo no final do mês. A mídia nos entope com imagens de exorcismos e musiquinhas imbecis, tentando desmerecer a santa prática religiosa da galera que gosta de chutar as santas. Eu me identifico com eles, também gostaria de chutar uma santa...

Os evangélicos não estão errados, eles têm toda a razão de se acharem superiores, os únicos dignos do amor divino. Darwin explica, é a evolução das espécies. A religião católica é um dinossauro enferrujado, imobilizada por dogmas burocráticos, praticamente uma estatal mal administrada, só serve como cabide de empregos. Já os evangélicos não, eles são o século XXI, o capitalismo avançado, o gozo do neo-liberalismo selvagem. O Bispo Macedo é o Papa privatizado.

A eficiência deles é evidente, são mais produtivos e dinâmicos. Enquanto os católicos marcam suas missas para as 8 da manhã (ou melhor, madrugada) de domingo, os evangélicos são mais flexíveis, fazem culto de hora em hora, atendem pela Internet e contratam atrizes ex-globais para pregar em sua emissora de TV. Mas nada disso é comparável à grande invenção dos Bispos: o produto gospel. O gospel é a santinha de gesso hi-tec, tem muito mais valor agregado (como diria Marx) e possibilita lucros mais gordos. Livros, CD's, revistas, softwares, roupas, comida... Os produtos são muito mais variados e podem cobrir todas as necessidades de uma família. Isso que é empresa de verdade! Ainda proíbem a idolatria, dizem que comprar santinho é pecado, com isso tiram o mercado de seu principal concorrente. As pessoas vangloriam os Judeus, dando à eles os méritos da invenção dos juros, eu não, dou todo crédito aos novos messias multimídia, eles criaram os bens da salvação, o prazer da compra aliado ao prazer de ficar próximo de Jesus.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Trivialidades


Há algumas coisas que o ser humano faz e costuma ter vergonha de admitir a seus semelhantes. Não estou falando de fraquezas tolas como gostar das novelas da Record. Refiro-me aos mais simples atos essenciais à nossa espécie. Hábitos e necessidades que todos temos. Um deles é ir ao banheiro. Ir ao banheiro pra fazer o número 2. É, dar uma defecada mesmo. Todo mundo faz isso quase todo dia, com exceção de modelos às vésperas do São Paulo Fashion Week, é claro, que não ingeriram nada que possa ser colocado para fora pelo caminho debaixo. No entanto, a maioria das pessoas tem vergonha de dizer que estava no banheiro conversando com o Barroso, passando um fax, ou levando um amigo do interior para conhecer o rio. Tão aí as inúmeras metáforas que não me deixam mentir. Lembro que quando eu era criança, minha mãe ficou uma fera comigo por eu ter atendido a porta dizendo que ela não poderia falar porque estava “fazendo cocô”. Ela saiu correndo de lá dizendo para a visita “ah, essas crianças, a gente entra no banheiro e elas logo pensam que a gente está fazendo aquilo”. Também lembro do constrangimento das pessoas que ligavam por engano lá pra casa e meu pai respondia que “o doutor Fulano não pode atender agora, pois está cagando”. Defecar é mesmo um tabu. Quem é que nunca falou “se me ligarem diz que eu tô no banho”, quando na verdade estava a caminho do grande trono de louça?

A coisa continua mais ou menos por aí com o hábito de se tirar meleca do nariz. Todo mundo faz isso com o próprio dedo e poucos são aqueles que gastam um cotonete para tal. Cada um tem seu próprio método favorito para se livrar do indesejável material, seja fazendo bolinhas que teimam em não soltar dos dedos, seja colocando debaixo da poltrona ou mesmo colando na sola do sapato. Já ouvi falar de um rapaz que tirava de uma narina e colocava na outra. Mas isso não importa. O fato é que pega mal paca meter o dedo no nariz em público. Engraçado é que atividades muito semelhantes não são tão condenáveis. Poucas são as pessoas que olham de cara feia para alguém que esteja tirando cera do ouvido. Menos ainda são os que vêem com maus olhos aqueles tiram remela. Mas qual é a diferença entre meleca, cera e remela? Elas são como primas. São todos produtos expurgáveis de partes do corpo. Por que toda essa discriminação com a filha do nariz? Por que ela é pior do que a filha da ouvido ou a do olho? E nem é preconceito de cor, já que a meleca muitas vezes tem a mesma coloração da remela, dependendo da qualidade do ar que você respira. Então por que toda essa vergonha de tirar meleca?

Mas de todas as vergonhas que temos, a mais absurda é a de estar dormindo. Por que será que sempre que alguém nos liga e nos interrompe o sono, nunca admitimos que estávamos dormindo? A gente atende o telefone com aquela voz esquisita e a outra pessoa saca a situação logo depois do “alô”. O colega pergunta se você estava dormindo e você prontamente nega, como se fosse uma coisa errada. Mesmo que esteja cedo à beça e que àquela hora era mais do que normal que você estivesse sonhando. E a gente ainda vai além de simplesmente negar.
- Você estava dormindo?
- Não, tava não.
- Mas você está com voz de sono...
- Não eu já tinha acordado há uns dez minutos, mas ainda estava na cama.

E por aí vai. Essa mania de as pessoas negarem que estavam dormindo, aliás, é uma das coisas que ainda me fazem ter fé na humanidade. Não acho que negamos que estávamos no meio do sono para não parecermos preguiçosos ou vagabundos. No fundo, no fundo, quem não admite que estava dormindo quando o telefone tocou quer mesmo é evitar que o interlocutor fique constrangido. Tanto que a tendência é que você negue que estava dormindo até quando um maldito operador de telemarketing liga de manhã para a sua casa. Se bobear, até se for engano você vai tentar disfarçar que estava dormindo. Taí um bom jeito de saber com quem você está lidando. Ligue para o objeto de estudo de manhãzinha ou bem tarde da noite, em uma hora que você saiba que ele está dormindo. Se a voz amassada disser que estava acordada, trata-se de um ser gentil, solidário e sensível. Se admitir que estava dormindo, mas que foi bom você ter ligado, pois estava mesmo na hora de acordar, você está lidando com uma pessoa que além de ser boa-praça e de saber que não vai enganar ninguém, ainda quer que os outros se sintam úteis. Mas se atender reclamando que estava dormindo e ainda soltar uma boa saraivada de palavrões, esta é uma pessoa de coração podre, que não liga para os sentimentos alheios e que não demora muito vai lhe decepcionar. Portanto, se por acaso você é um dos poucos que admitem que estava dormindo ao ser acordado por um telefonema, está na hora mudar de atitude. Consulte um hipnotizador, ponha um lembrete no telefone ou adote qualquer outro truque. Cedo ou tarde essa tática estará sendo usada por profissionais de RH ou por namoradas querendo saber se devem ou não se entregar para você.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sei Lá...


Toda vez que quero me encontrar, interpretar um sentimento ou um pensamento contaminado por um turbilhão de preocupações, reais ou fictícios, reencontro o eixo nas letras da Legião. Tenho amigos, que dizem estar curados dos efeitos quase psicodélicos e/ou terapêuticos das letras de R. Russo. Eu não. Quando ouço, especialmente em momentos de grandes pressões, quase transcendo a um mar de razão que não é a mesma coisa de tranqüilidade. Mesmo assim, melhor sofrer consciente que padecer fantasiando. No meu atual estado de ânimo, esta é a minha música preferida:

Só por Hoje
Só por hoje eu não quero mais chorar
Só por hoje eu espero conseguir
Aceitar o que passou o que virá
Só por hoje vou me lembrar que sou feliz

Hoje já sei que sou tudo que preciso ser
Não preciso me desculpar e nem te convencer
O mundo é radical
Não sei onde estou indo
Só sei que não estou perdido
Aprendi a viver um dia de cada vez

Só por hoje eu não vou me machucar
Só por hoje eu não quero me esquecer
Que há algumas pouco vinte quatro horas
Quase joguei a minha vida inteira fora

Não não não não
Viver é uma dádiva fatal!
No fim das contas ninguém sai vivo daqui mas -
Vamos com calma !

Só por hoje eu não quero mais chorar
Só por hoje eu não vou me destruir
Posso até ficar triste se eu quiser
É só por hoje, ao menos isso eu aprendi

Franjhunio

terça-feira, 1 de abril de 2008

Alistamento Militar


"Você, jovem que completou ou vai completar 18 anos este ano, ALISTE-SE!" Assim dizia o comercial. E que saída eu tenho? Você pode até ter uma peixada ou costas-quentes, mas eu não estou aqui para falar de exceções e sim da maioria, que como eu somos fudidos e tivemos que passar pela seleção dos futuros pracinhas do Brasil.

De antemão já vou acalmando a galera. Na maioria das vezes, tudo o que os seus amigos mais velhos te contam é exagerado elevado à quinta potência. São como aquelas lendas passadas de pai para filho, mas nesse caso, passado entre amigos.

As etapas que vou narrar são os procedimentos oficiais no alistamento. A primeira coisa que você deve fazer é ir bem arrumado no escritório de alistamento. Não pode entrar de bermuda e se você entrar na fila usando bermuda, o sargento já manda você fazer 10 flexões. Bom, se você não for otário o suficiente, eles podem até te atender bem (ah, antes que eu me esqueça, não confie na sua medida que eles colocam na ficha....sempre tem uns 4 ou 5 centímetros a mais).

Então provavelmente você já foi mandado para o batalhão mais longe possível da sua casa e vai ter que acordar às 4:00 pra chegar lá às 6:30. Logo na entrada eles mandam você formar uma fila dupla com um braço de distancia dos companheiros à sua frente e ao seu lado, se for mais ou menos que isso o tenente te dá um esporro e manda você cantar o hino nacional sozinho na frente de todos os outros alistandos.

Passado esse mico, você entra num galpão e espera.... espera.... espera.... espera.... espera... zzzzzz... espera (o detalhe da espera, é um vídeo das forças armadas passando incessantemente num vídeo cassete fulero que eles têm) e finalmente chamam você pelo nome e sobrenome para a parte mais lendária do alistamento: o exame médico. Vários episódios já foram narrados sobre esse tema (teria que escrever um texto exclusivamente para isso), mas coisas como: o médico pede para que todos tirem a roupa, formem um círculo e andem em fila. E se ficar de pau duro, você é dispensado e em sua ficha vai ganhar um código identificando-o como homosexual, ou seja, você vai ganhar um atestado federal de boiola. A maioria da galera pára por aqui mesmo, no exame médico. Todo mundo tem alergia a alguma coisa, asma, lepra, AIDS, o que for... todo mundo joga um caô pra cima do médico... quem sabe ele te dispensa.

Passando por essa etapa você vai para os exames mongológicos, para ver se você é boçal o suficiente para servir a pátria. Faz vários testes: do psicotécnico à medição craniana. Nessa hora você já está com um pé dentro das forças armadas e a não ser que você seja muito idiota a ponto de ter um retardo mental, você já pode se considerar o mais novo defençor da nosas fronteras!
Soudado, simtido!!

quinta-feira, 27 de março de 2008

"MEU DEUS! onde esse mundo vai parar?!"


Nunca achei que isso ia acontecer comigo, mas acho que estou ficando velho. Não leitores, não dei uma broxada, estou falando de algo mais profundo. Até pouco tempo achava que iria ter uma velhice inteligente e saudável, que nunca ficaria desatualizado com as coisas. Ficar igual aos meus pais, que mal sabem operar um controle remoto era fora de questão. Sou um filho da era da informação, desde novo me habituei a operar as mais diversas interfaces. Desatualização? Nunca!
Pura ilusão. Estou começando a perceber que a variedade das coisas estão me incomodando, como incomodam um velho. Eu não tenho mais paciência para ficar decorando raças de cachorro. Na minha época só existiam pastor alemão, doberman, vira-lata e piquinês. Agora foram inventar uma porrada de raças mutantes, me obrigando a ignorá-las com muita rabugice e chamá-los todos indiscriminadamente de "cachorro".

Com música é a mesma coisa. Meus ouvidos anciãos não conseguem mais identificar a diferença entre drum'n'bass, house, tecno, trance, jungle... Para mim é tudo a mesma merda, música de viado. Junto tudo em um só pacote: "música de viado". Como meu avô dizia "Música do demônio".

Tinha a seguinte convicção: não importa qual será a minha idade, pelas coisas que vejo hoje em dia, acho difícil o comportamento dos jovens do futuro me chocar como minha avó se choca ao ver uma garota de 13 anos ficando grávida. Porra, eu já vi fotos e vídeos de gente comendo merda, fazendo sexo com defunto, molestando crianças de 5 anos... Nenhuma me chocou. O que será que meus netos vão arrumar para que eu fique indignado e esbraveje em pleno jantar: "MEU DEUS! o¬nde esse mundo vai parar?!".

Quando penso nisso fico com medo, pois estou percebendo com esses detalhes bobos como "cães" e "música" que minha convicção é furada e que os meus descendentes certamente vão encontrar alguma forma de me chocar. A natureza é assim, não tem jeito.

É uma agonia profunda. Estou aqui tentando pensar em algo que possa me escandalizar, para ter alguma pista do que esses filhos da puta vão inventar. Comer carne humana viva? Não. Criar uma raça de "cachomem" (DNA de homem misturado com cachorro)? Não. As máquinas dominarem o mundo e aprisionarem os humanos em casulos apenas para garantir a geração de energia? Não!

Porra! Nada me choca! Já vi essas merdas todas no cinema ou já pensei em escrever algum boato a respeito!

Não podemos fazer a menor idéia do que esses putos vão inventar para que fiquemos abismados, desatualizados e rabugentos, nos transformando em defensores reacionários das tradições "puras e inocentes" da "nossa época" (início do século XXI). Só de pensar nas bizarrices de hoje, já fico com medo do futuro.
Por favor, façam um holocausto nuclear antes que isso aconteça. Pelo menos eu não vou me ouvir pronunciando a frase: "MEU DEUS! onde esse mundo vai parar?!".

quarta-feira, 26 de março de 2008

Vantagens de se ser feio


Conheça as 10 vantagens de ser um homem feio:

Não somos enganados
Jamais uma viúva negra poderá nos dar o golpe. Nós feios temos um radar. Se alguma menina linda quiser ficar com um de nós e, em seguida, desejar ir para nossa casa, isso significa que algo está errado.

Ninguém nos acusa
Nenhuma pessoa irá nos acusar de assédio sexual no trabalho. Isso é certo devido a lógica das circunstâncias.

Ninguém duvida de nossas capacidades
As mulheres lindas são acusadas de saírem com os chefes para conseguirem escalar posições. Mas, se um feio "subir" na carreira, ninguém irá duvidar de sua capacidade para tal posto.

Livre de extorsão
Muitos homens acabam pobres depois de se envolverem em um relacionamento. Impossível que a mesma situação ocorra com um feio. Ninguém vai querer se "arriscar" tanto.

Somos incomparáveis
Não precisamos vencer o fantasma do corpo perfeito, pois ninguém irá se comparar conosco.

Amor honesto
Depois de superar a primeira impressão, as brincadeiras e tudo mais, se alguém ficar apaixonado por um feio, pode ter certeza que este é o amor mais honesto de todos.

Não esperamos na porta
Não precisamos esperar para entrar em um boliche, por exemplo. Nenhum segurança quer nos ter como companhia, eles logo nos mandam entrar.

Somos atendidos rapidamente
Não sofremos com a burocracia estatal ou privada. Tal como vemos no item anterior, as pessoas nos atendem muito rápido.

Podemos economizar
Se pararmos de brigar frente ao espelho e atirarmos a balança pela janela, terminamos com a angustia e economizamos uma grana.

Salvamos o planeta
Os feios merecem o Prêmio Nobel da Paz. Dizem que aos 11 anos desapareci de casa e fui abduzido. Os extraterrestres me analisaram e disseram: "Se os humanos são assim, melhor pararmos de nos contagiar. Não convém invadir o planeta Terra". Nós salvamos a humanidade.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Tá na hora de você deixar de ser Babaca... Você mesmo Pô?!!!!


É difícil alguém lhe dizer verdades cruéis. Há coisas ruins sobre você que nem seu melhor amigo, nem um inimigo lhe contam por razões distintas. O amigo quer poupá-lo de uma situação constrangedora, enquanto o inimigo prefere que você continue sendo ridicularizado. É muito raro alguém chegar para você e lhe dar um toque sincero. Coisa do tipo "Cara, me desculpa, mas você tem mau hálito". Ou "Rapaz, você precisa cuidar da sua caspa". Ou então "Meu irmão, você tem um cecê horrível". Ou ainda "Sabia que você fica ridícula com essa roupa?". Ou "Querida, você dança mal à beça e todo mundo repara". São coisas pessoais demais e que necessitam de um certo convívio para serem notadas por alguém. Mas há coisas ruins sobre você que ninguém precisa conhecê-lo muito para diagnosticar. Você pode descobrir agora mesmo, por exemplo, se você é um babaca. Basta ver se você usa algumas frases e brincadeirinhas mais do que batidas em algumas situações recorrentes de nosso cotidiano. É fácil.

Faça o teste:
- Alguém deixa cair alguma coisa no chão e causou um enorme ruído. Se você é o primeiro a gritar "caiu um lenço", você é um babaca. É, sim. Vai por mim. Ninguém acha mais graça disso. Ninguém vai pensar "Caiu um lenço? Mas lenço não faz barulho ao atingir o solo! Peraí! Isso é uma ironia! Que engraçado. Esse cara tem um grande senso de humor e uma incrível capacidade de improviso". É triste, mas ninguém mesmo pensa isso quando você grita "caiu um lenço". E quem ri, só o faz para não deixá-lo sem graça.

- 25 de março de 2008. Alguém lhe pergunta "Hoje é 25?" e você responde "Não. Hoje são 25". Amigo, muita gente sabe que na norma culta do português o correto é dizer "Hoje são 25" ou "Hoje é dia 25". Mas essas mesmas pessoas quando falam "Hoje é 25" consideram que a palavra "dia" está implícita na frase. Quando você tenta corrigir alguém, não está mostrando sua cultura, apenas revela que você é babaca.

- Almoço em grupo. Mesa retangular. Um de seus colegas, o João, se senta numa das pontas da mesa. A primeira coisa que você diz é "Ó João vai pagar a conta!". Você é babaca. Deve ser difícil para você acreditar, mas ninguém pensa "Esse cara é demais! De o¬nde ele tirou essa? Será que o João vai achar mesmo que vai ter que pagar a conta? Será que o João vai querer mudar de lugar para não pagar a conta? Há, há, há! Só quero ver". Pois é, parceiro. Ninguém acha isso. Talvez tenha funcionado na primeira vez que alguém falou. Mas já está na hora de deixar essa brincadeira para o passado e deixar de ser babaca.

- Início da madrugada. 1h16 A.M. Alguém lhe diz. "Cara, amanhã vou acordar às 7h". Você se apressa em dizer "Amanhã não. Hoje!" Meu caro, seu amigo não vai pensar "Caramba! Como esse cara tem um raciocínio rápido. Seu cérebro já processou várias informações colhidas e chegou à conclusão de que na verdade eu estou me referindo a um dia que já chegou, pois é mais de meia-noite! Ainda bem que ele me corrigiu, senão eu ia acordar às 7h do dia errado!". Nada disso. Seu amigo vai mesmo é pensar "Gosto dele, mas é um babaca às vezes".

- Seu colega chegou mais tarde no trabalho e resolveu almoçar em casa ou num lugar que serve uma refeição melhor do que a porcaria da quentinha do seu emprego. Quando ele chega ao local de trabalho, você o convida para almoçar e ele lhe esclarece que já almoçou. É quando você, ágil como um sapo apanhando uma mosca varejeira, solta a frase "então você já veio comido?". Babaca, babaca, babaca. Esta frase não é tão desgastada como as outras, mas seu uso indiscriminado já a tornou banal e sem eficácia nenhuma. Seu colega não vai pensar "E agora? O que respondo? Será que se eu disser sim ele vai achar que fui possuído por outro ser do sexo masculino? E se eu disser que não, terei que almoçar de novo? Ah, ele deve só estar brincando. É um brincalhão". Ilusão, pura ilusão. Ele vai até dar um risinho amarelo, para não constrangê-lo, mas vai mesmo é achar que você é um babaca.

Outros indícios de que você está começando a se tornar um babaca:
- Quando as pessoas estão cantando parabéns, você tenta embolar a cantoria, gritando os versos do início da música, enquanto todos já estão no meio da canção.
- Você faz uma observação sobre uma possível futura emissão de gases para alguém que está comendo repolho e ovos.
- Você tenta sacanear todo mundo no dia 1º de abril.
- Você fica rindo quando um homem diz que tem 24 anos, aludindo ao número do veado no jogo do bicho.
- Você faz alguma piada quando alguém diz que é do signo de virgem.
- Uma mulher diz que está "de saco cheio" e você diz que isso não é possível porque ela não tem saco.

Esses são sintomas mais brandos. Mas fique atento. A qualquer hora você pode se transformar num babaquinha.

sábado, 22 de março de 2008

Priapus Scrotus


Cada vez mais me convenço que nasci na época errada. As maravilhas desse milênio parecem confortáveis, mas para cada uma coisa legal existem 5 problemas proporcionalmente, para te encher o saco. Já provaram que na medida que o homem avança na escala evolutiva, a sua capacidade de utilizar o cérebro aumenta, mas ninguém se preocupa em estudar a que proporção o nosso saco infla ao longo dos séculos. As evidências são óbvias, nem precisa ir muito longe. Olhem aquelas esculturas da renascença, como o presente exemplo exposta neste blog, os caras são todos uns trogloditas, o saco no entanto é do tamanho do de uma criança de 5 anos. Garanto que isso tem a vê com o fato deles não terem que se preocupar com as merdas que nos preocupamos. Imaginem, se esses caras vivessem na nossa época. Eles estariam fudidos, tudo bem que eram fortinhos com beleza clássica e tal, mas com um pau daquele tamanho... não há saco que não fique cheio de preocupações.

Com um retrospecto superficial da história já podemos identificar os momentos de "evolução" que condenaram as gerações seguintes a preocupações desnecessárias. Começando bem pelo começo mesmo, éramos organismos simples, de reprodução assexuada, foi só rolar uma mutação e virarmos seres sexuados para nos enchermos de paranóias. A simples frase: "Ai caralho, quem eu vou arrumar para comer essa semana?", já foi responsável pelo próprio surgimento do saco, até aí tudo bem, ainda era pequeno... Evolução vai, evolução vem... pronto, esses macacos resolvem andar eretos (não o pau, a coluna). Olha eu já tendo que me preocupar em me barbear e sentar direito nessa cadeira. Mais para frente aparece um cara dizendo que sou pecador, mas tudo bem, ele vai morrer para redimir meus pecados. E o saco infla mais ainda, todo domingo tenho que acordar cedo para agradecer ao infeliz e tal...

Nossa espécie foi começando a ficar metida a besta. Surgiu um tipo de ser humano dedicado a ficar se preocupando em inventar coisas novas (talvez aí se identifique a origem do viado, pois ao invés de ficar se preocupando o¬nde arrumar uma mulher, os caras ocupavam o espaço ocioso da sua bolsa escrotal com outros problemas, tipo descobrir porque a maçã caiu da árvore). Dava para eu ter minha vidinha tranqüila, arando a terra e comendo javali, mas aí um babaca inventou a imprensa, toneladas de livros e jornais para eu ficar lendo. O tempo passa, o tempo voa... uma cambada de burgueses sem ter o que fazer inventam uma porra chamada democracia de massa. Lá vou eu, uma vez a cada dois anos montando no meu jegue (lá ele) para ir votar. A coisa piorou ainda mais com o surgimento do político profissional, que combinado com a imprensa deu origem aos "santinhos de político". Com isso saco do ser humano já começou a ser considerado obeso segundo as normas da OMS, mas bastou a televisão combinar-se com o político para inventarem o horário eleitoral, aí nossos sacos atingiram o estado de obesidade mórbida.

Com certeza a maior taxa de crescimento do saco ocorreu no século XX, nesses últimos 100 anos a humanidade resolveu inventar mais facilidades do que em toda sua história. Tudo bem, concordo que a máquina de lavar louça, o microondas, o ferro de passar e o chuveiro elétrico, bem como o ar condicionado (moro em SSA, e é um calor da gota serena) aliviaram em muito o seu stress, mas agora você tem que ficar se preocupando em economizar energia, no saldo final o seu saco aumentou ao invés de diminuir. Televisão, que beleza, o mundo e todas as maravilhas do entretenimento ao alcance de seus olhos, uma boa oportunidade para relaxar. Quem disse? De uma hora para outra malas como Gugu, Faustão, Otávio Mesquita, Galvão Bueno, Pedro Bial e outros sacanas ganham livre acesso à sua sala de estar.

Nessa altura do campeonato nossos sacos já latejam sem parar, 24 horas por dia, mas aí o maior filho da puta da história da humanidade resolveu inventar o computador e a Internet. Não prestou. O computador, para cada problema resolvido, te expõe a dois outros problemas novinhos em folha, uma verdadeira mangueira de ar em sua bolsa escrotal. Sobrevivemos a esta primeira fase e resolvemos nos conectar. Descobrimos então os prazeres dos emails infectados por vírus, a conexão lenta mesmo sendo banda larga, e as correntes enviadas por emails de colegas igualmente desinteressantes.
Já estamos chegando no limite, se a coisa continuar nesse ritmo, em breve seremos uma cabeça inerte pousada sobre um saco gigante, inflamado e pentelhudo, o que me faz pensar se os nossos pênis não são na verdade irmãs siamesas que conviveram com a gente no útero de nossas mães, que diante de tanto stress acabaram regredindo e tornando-se apenas um órgão de nosso corpo... mas isso é assunto para outra edição.

Obs.: Priapus na tradição grega, é o deus que representa o pau. Logo, como se vê, nem os viadinhos gregos ligavam para o saco (lá eles).

quarta-feira, 19 de março de 2008

Simplesmente Mulher...


Desde que inventaram a pólvora, o homem tem a arma de fogo como sua principal demonstração de poder. O tempo passou e as armas de fogo se transformaram em mísseis atômicos que devastariam o planeta dezenas de vezes. Porém a era da supremacia do homem masculino está acabando, pois descobriram uma arma milenar muito mais poderosa, que tem um poder destrutivo muito maior que a de todas as bombas soviéticas enferrujadas: O sexo feminino. Por causa dela muitas batalhas foram travadas, reis perderam o trono e muitas vezes também perderam a cabeça!

Sem querer ser machista, mas isso é uma injustiça, visto que nós homens não possuímos tal artefato. Somos dominados sem perceber. Aprendemos a gostar antes mesmo de provar. Sonhamos com ela antes mesmo de vê-las. É a cultura ocidental. Desde que nascemos somos programados para viver em função do sexo e a mulher, de ocultar a arma até ela ter certeza de como usá-la. Deve ser por isso que os homens atiram pra todos os lados... desde cedo já saem usando a pistolinha por aí sem saber as conseqüências que isso pode acarretar.

Quem de nós nunca passou por pelo menos uma semana de desespero quando a sua namorada liga pro seu telefone vermelho: "Meu amor...a gente precisa ter uma conversa..." Você à essa altura já tá tremendo na base - "Que que foi meu bem? Algum problema??" - É claro que tem algum problema! Senão ela não faria drama e você (que sabe muito bem o que andou fazendo) não estaria à beira de um ataque de nervos. - "Não, eu não quero falar pelo telefone, a gente precisa se encontrar." - Puta merda, essa é fulminante pra quem tem problemas cardíacos (sortudo!), mas pra quem não tem, isso rende pelo menos algumas horas de pânico, náuseas, dor de cabeça e vontade de cagar mole. Bom, chegando ao encontro você até faz o tipo desentendido, pois pra todos os efeitos você está 100% confiante de que quem fez merda não foi você. - "Meu amor...minha menstruação está atrasada uma semana..." Esse é o segundo fulminante, pra matar de vez quem não morreu da primeira. Mas se ainda assim você sobreviveu, você continua... - "Você tem certeza? Fez as contas certas?" - E começa a indagar sobre a responsabilidade da menina. - "Mas é claro que eu tenho certeza, você não confia em mim?" - Aí já começa a novela mexicana e o chororô, as juras de amor eterno e tudo mais por causa duma foda mal-dada (porque geralmente isso só acontece depois de foda mal-dada). Até esse ponto, tudo o que eu disse é normal...o que acontece depois disso meu amigo...é com você. Sua vida está nas mãos dela... como eu disse, te matar ou te fazer um homem feliz, só depende dela. Então amigo, uma sugestão...nunca desafie uma mulher e nunca subestime o seus “segredos”.
Assim falou Zaratustra...

Dedicado a você manê que só tem 17 anos e namoradinha 14 descobriu que está grávida.... ahhhhhhh, isso vale também para você que tem 28, estar desempregado, e ela 27, sem ocupação.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Gay também é gente


Eu queria que meus leitores gays respondessem com a maior sinceridade: o que vocês ainda querem com tantas organizações e entidades que não param de pipocar por aí? Será que vocês estão tão chapados com “Absolut” que ainda não perceberam que conseguiram? Os gays já estão aí, ativos (e passivos) em todas as quebradas.
O tal preconceito já está muito atenuado, a prova disso é que em pelo menos as últimas 3 novelas das oito contavam com personagens gays (e ocupando papéis de melhor destaque do que os dos atores negros, sempre estigmatizados sendo motoristas e empregadas domésticas).


Gays têm excelentes condições de acesso a universidades (é só fazer um passeio nas Escolas de Comunicação, Pedagogia e Arquitetura para comprovar isso). Conseguem se destacar com maestria em várias áreas de trabalho, assumindo inclusive postos de chefia. Entre um cabeleireiro hetero ou um gay, qual você acha que fará o melhor trabalho? Ou um estilista, um publicitário, um designer... Os caras são superiores em várias atividades, e são reconhecidos por isso. Já tem até ministro gay... E ainda reclamam quando um hetero quer tirar onda porque consegue matar uma barata sem ligar pro 190.

Ao contrário das mulheres, que ganham menos que os homens para exercer a mesma função, os homossexuais não ganham menos do que heteros. Eles até são mais estáveis nos postos de trabalho e sobem de cargo com mais facilidade, graças a suas habilidades sociais e sensibilidade mais apuradas. É o requinte e eficiência da mente feminina em um corpo de homem, que não engravida ou fica com TPM.
Casais gays possuem uma renda maior do que casais heteros, e por isso são o xodó do mercado. Ganham mais, gastam mais, se divertem mais...

E a tal segregação cultural que tanto reclamam? A cultura gay se confunde com a “cultura hetero”. Aliás, é idiotice fazer essa diferenciação visto que grande parte dos músicos, artistas plásticos, atores, escritores e cineastas de sucesso são gays.

Vocês até levam uma vida melhor que a de um hetero comum, visto que possuem uma atividade sexual bem acima da nossa média. Ser gay hoje em dia é tão “cool” que se não tivesse que levar pirocada no rabo, eu até consideraria esta hipótese.
O que vocês querem mais? Casamento? Ter filhos? Porra, estão malucos?!?! Um homem perde a sua liberdade no momento em que casa ou que seu filho nasce! Mas mesmo assim vocês já vão poder fazer isso... Se querem abdicar de sua liberdade, tudo bem. Vocês vão ter uma velhice tão quadrada quanto a nossa, assistindo Domingão do Faustão e reclamando da conta de luz.

Amigos, vocês já estão integrados a sociedade! Esqueçam essa paranóia! Essa luta toda só beneficia os cabeças de um movimento organizado que buscam poder usando vocês como massa de manobra.

A maior parte do “preconceito” que resta nada mais é que o impulso jocoso natural do ser humano... Tudo que é “diferente” vira piada, em qualquer cultura, desde o português até o judeu, passando pelo gordo e pela loira. Ou vocês querem ser unânimes? A única casta que agrada todos? Vocês são mais instruídos, por favor... Confundir sacanagem com discriminação é muita burrice, para não dizer “frescura” ou “viadagem”.