NADA TEM SENTIDO

‘Perambulamos pela escuridão e somos devorados pelo fogo’. Sabe quem disso isso? Foi Guy Debord. Sabe quem foi ele? Nem eu. Às vezes eu fico me perguntando o que diabos se passa pela cabeça de certos figurões da história, quando disparam certas bobagens em momentos de glória. Imagine você o que passava pela cabeça de D. Pedro quando gritou “independência ou morte!”. A Morte de quem ele premeditava? A dele? Duvido. Sempre que alguém conclama a morte como solução para um problema, sempre pensa na morte de outra pessoa, não a dele. Esse negócio de considerar a morte como libertação é outro engodo. Pense você em Alexandre, o Grande... pederasta que já se ouviu falar. Ele conquistava os povos, e matava cruelmente os nativos. Sob quê pretexto? “A morte é a libertação deste povo”, clamava ele. Apenas se esqueceram de perguntar ao povo, que eram esfolados sob suas ordens, se eles concordavam com isso. Isso me fez lembrar, no centro de Recife, um pivete que foi pego pelos transeuntes, logo após um furto. Os cidadãos fizeram uma rodinha, e começaram a espancar o cara, até que a polícia chegasse. Antes, porém, da polícia chegar, passou uma senhora, muito idosa, se aproximou do rapaz, que estava no chão, e disse: “Melhor matar logo, do que fazer isso com o bichinho”. O pivete logo gritou: “Ó tia, não se meta não, pode me bater”. Logo tiramos disso duas grandes conclusões: primeiro, ninguém quer morrer. Segundo e mais importante: as nossas certezas, na maioria das vezes, só dizem respeito a nós mesmos e mais ninguém. Tudo além disso é marketing dos historiadores, ignominiosidades dos vendedores de livro ou hipocrisia de nossa parte, para alcança nossos objetivos e interesses. Logo, não acredite em ninguém. Não dê atenção ao que lhe dizem. E vamos fazer um trato? Não me dê atenção também. Eu não tenho nada que lhe diga respeito. Até logo, ou melhor, até nunca mais. Afinal, NADA tem sentido.